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A APOSTASIA DOS ÚLTIMOS TEMPOS

INTRODUÇÃO A apostasia (do gr. apostásis, afastamento) e o abandono premeditado e consciente da fé cristã[1]. Na história do povo de Israel, no Antigo Testamento, vemos vários exemplos de apostasia. Esse afastamento deliberado foi condenado pelos profetas de Deus em diversas ocasiões. No livro dos Juízes, inúmeras vezes vemos repetida a expressão, “Porém os filhos de Israel tornaram a fazer o que parecia mal aos olhos do Senhor” (Jz 3.12; 4.1; 6.1; 13.1). Deus aplicava o juízo, permitindo que seus inimigos se assenhorassem deles. Diante da opressão clamavam ao Senhor, Deus enviava um libertador e os livravam do poder dos seus inimigos. No entanto, assim que o juiz morria, voltavam a praticar aquilo que era mal aos olhos do Senhor “apostasia”. O desvio do povo de Israel se deu em todos os três principais períodos da sua história (período do Juízes, Monárquico e Sacerdotal), até que seus corações foram completamente endurecidos diante do Senhor. A apostasia do povo de Israel os levara a rejeitar o Messias “o ungido” de Deus (Jo 1.11,12). Deus não rejeitou o seu povo, mas o seu povo o rejeitou. Paulo em Romanos, fala de um endurecimento que Deus enviou em parte sobre Israel (Rm 12.25), é uma rejeição provisória, para que o tempo dos gentios se manifestasse. Mas, quando o tempo dos gentios terminar “dispensação da graça”, Deus se voltará novamente para a nação de Israel e salvará a toda nação (Rm 12.25). A conversão do povo de Israel se dará pelo derramamento do Espírito Santo, que irá transformar seus corações de pedra em corações de carne (Zc 12.10). 1. A APOSTASIA DA IGREJA A apostasia do povo de Israel trouxe várias consequências para a nação, tanto nos aspectos físicos como espirituais, mas, apesar de tudo, Deus tem uma promessa de restauração para a nação. A restauração nacional de Israel começou a ser evidenciada, com a criação do Estado de Israel em 1948, e o constante retorno do povo judeu do mundo todo para sua terra de origem. Há, também, rumores de que todos os preparativos já estão prontos para a construção do Terceiro Templo, cujo detalhes foram descritos por Ezequiel nos capítulos 40-45. A reconstrução do terceiro templo é um dos sinais evidentes da volta de Jesus. Este templo será profanado pelo Anticristo, “O qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus” (2 Ts 2.4); “Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo; quem lê, entenda; ” Mt 24:15. O povo da Antiga Aliança ainda experimentará a renovação espiritual pois estão debaixo da promessa dos patriarcas (Rm 11.28), mas, a apostasia da Nova Aliança será irreversível. Este será o último estado de rebeldia do povo de Deus. Digo estado, pois a apostasia dos últimos dias não fala somente de uma desobediência à Palavra do Senhor, mas de um desvio deliberado da fé, um estado de rebeldia, irretratável, irreconciliável e irremediável. 2. A APOSTASIA, O DESVIO EM MASSA A apostasia da Igreja será um desvio em massa (Mt 24.12), e será um dos sinais evidentes da volta de Cristo (2 Ts 2.3). Jesus, predisse a multiplicação da iniquidade nos últimos dias (Mt 24.12). A proliferação da iniquidade “impiedade” trará como consequência, o esfriamento em massa do amor “temor de Deus”. O esfriamento do amor, será o terreno fértil para a manifestação e proliferação das heresias, que por sua vez conduzirá o povo a apostasia dos últimos tempos. 3. A APOSTASIA VIRÁ. A apostasia virá, ela está profetizada nas Escrituras de forma bem explícita. Seus efeitos já podem ser evidenciados atualmente. Devemos estar alarmados, e nos proteger da sedução dos últimos dias, proteger também nossas famílias e a Igreja de Deus. Lembremos da recomendação de Paulo a Timóteo “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem” (1 Tm 4.16). A apostasia da Igreja, também chamada de apostasia dos últimos dias, pode também ser definida como “o ato deliberado de virar as costas pra Deus”. Paulo, em 2 Ts 2.3 descreve a Apostasia com algo que virá e precederá a manifestação do Anticristo, e a volta de Jesus. 4. A NATUREZA DA APOSTASIA GENERALIZADA “Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios" 1 Timóteo 4:1. O texto em apreço, apresenta, de forma nítida a origem e natureza da apostasia “espíritos enganadores e doutrinas de demônios”. A Bíblia fala da “sã doutrina” (Tt 2.1), que evidentemente é a doutrina proveniente de Deus, da “doutrina de homens” (Mt 15.9; Mc 7.7; Cl 2.22) que são os costumes e tradições impostas pelos homens como se fosse “doutrina de Deus”, e “doutrinas de demônios”, que são os ensinos distorcidos, ensinados pelos falsos mestres que sofrem influências diretamente dos espíritos malignos. Tais ensinos afastam as pessoas de Deus e as tornam espiritualmente insensíveis e irreconciliáveis. Os versículos que se seguem, na passagem de 1 Tm 4.1, fala de algumas características da igreja apóstata dos últimos dias: “Pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência; Proibindo o casamento, e ordenando a abstinência dos alimentos que Deus criou para os fiéis, e para os que conhecem a verdade, a fim de usarem deles com ações de graças; Porque toda a criatura de Deus é boa, e não há nada que rejeitar, sendo recebido com ações de graças”. 1 Timóteo 4:2-4 · São homens falsos “hipócritas” · Mentirosos · Mente cauterizada · São contra a instituição do sagrado matrimônio · Proíbem o consumo de certos alimentos A apostasia da igreja é retratada como uma condição espiritual irreversível. O apóstata é blasfemo, irreverente, obstinado, insensível. Portanto, fala deliberadamente contra o Espírito de Deus, sem qualquer sentimento de pesar ou culpa e sem qualquer critério. Nenhuma passagem bíblica, descreve tão claramente as características do apóstata, como 2 Timóteo 3.1-9: “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, Sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, Traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te. Porque deste número são os que se introduzem pelas casas, e levam cativas mulheres néscias carregadas de pecados, levadas de várias concupiscências; Que aprendem sempre, e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade. E, como Janes e Jambres resistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé. Não irão, porém, avante; porque a todos será manifesto o seu desvario, como também o foi o daqueles”. Os “tempos trabalhosos”, é uma referência ao que a apostasia representará para a Igreja de Deus dos últimos tempos “Tempos realmente difíceis”. A apostasia se manifestará com uma força descomunal e se intensificará à medida que vai ganhando forças. A apostasia é um dos sinais da vinda de Jesus, e esta vinda será segundo a eficácia de Satanás, isso é; com todo poder, e sinais e milagres mentirosos (2 Ts 2.9). Estes serão os principais promotores da apostasia dos últimos dias: · O engano. O engano é tudo aquilo que se manifestará travestido de verdade, para desviar o povo de Deus do caminho verdadeiro. O espírito do anticristo já está operando no mundo, induzindo as pessoas ao erro. · A iniquidade. O pecado proliferará e manifestará cada vez mais sedutor e subjugador. · Os falsos mestres. A vinda dos falsos mestres é descrita em diversas passagens do Novo Testamento. Jesus advertiu seus discípulos sobre a vinda deles (Mt 7.15-20; Mc 13.22,23), Paulo também falou sobre eles (Rm16.17,18; 1 Ts 5.20,21; 1 Tm 6.3-5); João (1 Jo 4.1; Ap 19.20); Pedro (2 Pd 2.1-3); Judas (Jd 4-13). 5. O CAMINHO DE DEUS A Bíblia nos apresenta o caminho de Deus, e nos exorta diversas vezes a não desviramos deste caminho, nem para a direita e nem para a esquerda (Dt 5.32; Js 1.7; 23.6;). Desviar para a esquerda significa simplesmente abandonar o caminho, ou em outras palavras, recuar (Hb 10.42). Desviar para a direita, é desviar no caminho certo, isso é; se perder no caminho verdadeiro. Espiritualmente falando, podemos nos perder no caminho certo, quando supervalorizamos a fé “fanatismo”, quando cremos de uma maneira que difere do pensamento original bíblico “heresia”, e o por último, quando desvirtuamos a fé “apostasia”. A apostasia é perder-se no caminho certo, por isso o termo só pode ser aplicado a igreja. O mundo não tem que se apostatar, pois já é apóstata, mas a igreja sim. O fanatismo, para muitos, pode não ser tão grave, mas ele é o principal promotor de heresias no contexto eclesiástico. Uma coisa da origem a outra: → a falta de conhecimento gera o fanatismo → o fanatismo da origem às heresias → as heresias darão origem a apostasia dos últimos dias Por isso que o profeta Oséias declara sobre Israel: “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; e, visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos”. Oséias 4:6 6. O CONCEITO BÍBLICO DE APOSTASIA Apostasia é quando começa a haver uma inversão nos valores cristãos, não é simplesmente supervalorizar “fanatismo”, é desvirtuar “distorcer ou deformar a verdade com o fim de depreciar a virtude de alguém ou algo”, “Transformar algo com um sentido bom em algo mau: desvirtuar o que foi dito por alguém em relação a algo”. Isaías disse: “Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; e fazem do amargo doce, e do doce amargo! ” Isaías 5:20. As forças do mal, agem por meio dos falsos mestres no seio da Igreja Verdadeira, com o intuito de desvirtuar a verdade do evangelho, afim de quê, aquilo que é bom, seja reputado como mau, e aquilo que é de natureza essencialmente má, seja aceito como algo bom e cheio de virtude. Cuidado!

7. O MOVIMENTO NEO-PENTECOSTAL O prefixo grego “neo”, significa “novo”, portanto, o Neo-Pentecostalismo é um novo movimento que tem por finalidade imitar o Pentecostalismo tradicional. Apesar de se assemelhar em alguns aspectos o Neo-Pentecostalismo não tem nada a ver com o Pentecostalismo Tradicional. Três palavras básicas define o movimento Neo-Pentecostal “Renovação, Inovação, Revolução” Não há nenhum problema no uso das palavras “renovação”, “inovação” ou “revolução” na igreja de Deus, desde que saibamos, de fato, o que vêm a significar cada uma delas à luz do contexto bíblico. “Renovação”, no sentido bíblico, é “voltar às origens espirituais” “voltar aos princípios”. A igreja precisa de uma constante renovação. “Inovação” no sentido bíblico, é criar meios ou métodos eficazes, que podem melhor adequar-se à realidade vigente, com o propósito de promover a renovação e edificação espiritual da igreja. “Revolução” tem uma conotação mais abrangente, e significa “Transformação Profunda”. A meu ver, somente Deus é capaz de determinar uma mudança dessa natureza e magnitude. Hoje em dia o uso destas palavras é tendencioso. Essas palavras são frequentemente usadas em nomenclaturas de denominações cristãs e igrejas locais, em movimentos diversos promovidos por essas igrejas. Eu sei que pode haver algumas exceções, mas no geral, essas supostas igrejas e movimentos têm fortes tendências às heresias, que por sua vez enfraquecem a fé cristã, e abre caminho para a apostasia. Tomemos cuidados com as inovações e tais supostos movimentos revolucionários. O movimento Neo-pentecostal trouxe consigo algumas teologias sedutoras, que hoje são difundidas largamente, e penetrou e infectou até mesmo o Pentecostalismo Tradicional. Estão por toda parte, seduzindo mentes brilhantes de lideranças influentes, por isso ganha espaço rapidamente nos corações e nos púlpitos das igrejas, dantes conservadoras. A Teologia da Prosperidade é o eixo principal do movimento Neo-pentecostal, ela vem recheada de outras mazelas igualmente pejorativas: · A confissão positiva. Um adepto da confissão positiva jamais conseguirá orar a “oração do Pai nosso”, pois não aceita a ideia da vontade de Deus. Para ele, a benção depende da determinação, “eu determino a minha benção”, as vezes nem usam o nome de Jesus. Que aberração! · A prosperidade financeira como sinônimo da benção de Deus. Para o adepto da Teologia da Prosperidade, ser prospero “financeiramente” é a máxima do conceito de benção. Para ele, ser pobre é sinônimo de maldição. Este pensamento está bem generalizado hoje, as pessoas geralmente associam a benção à prosperidade financeira. O “fulano de tal” é um homem abençoado “rico financeiramente”. Jesus pertencia a uma família pobre, e nasceu em uma estalagem, e seu berço foi uma manjedoura (Lc 2.7), cresceu como um carpinteiro na casa de José, não tinha uma casa própria (Mt 8.20; Lc 9.58), e quando morreu não tinha sequer um lugar para sepultura, José de Arimatéia o sepultou em sua própria sepultura. Lázaro era um mendigo, mas depois de sua morte foi levado para o Seio de Abraão; o oposto do rico, que foi lançado no hades (Lc 16.19-23). Paulo adverte Timóteo sobre a avareza, “ Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores”. 1 Timóteo 6:9,10 · A doença como sinônimo de pecado. Para o adepto da Teologia da Prosperidade, ser doente, significa estar em pecado. Ou, em outras palavras, não ter a benção do Senhor. A doença, apesar de causar tanto dor e aflição na vida das pessoas, não pode estar associada diretamente a prática do pecado. Na Bíblia muitos homens de Deus morreram por consequências de doenças, e nunca as Escrituras atribui a eles uma vida de pecados. Essa crença tem suas raízes no farisaísmo, e foi desmentida por Jesus “Jesus respondeu: Nem ele pecou nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus”. João 9:3. · A teologia inclusivista. A teologia Inclusivista prega que não se deve rejeitar ninguém por sua orientação ou preferência sexual, ou por seu estilo de vida. Nessa linha de raciocínio as práticas homo afetivas e outros, não somente são toleradas, mas defendidas e incentivadas. Em sua ideologia afirmam, “Deus não faz acepção de pessoas, portanto, devemos aceitar as pessoas como essas são”. Na verdade, de fato Deus não faz acepção de Pessoas, mas Deus odeia o pecado. “Deus ama o pecador, mas odeia o pecado”. Deus condenou uma cidade inteira por suas práticas sodomitas. O princípio de Deus para o casamento ainda continua sendo o mesmo, “um homem e uma mulher” “um macho e uma fêmea”, “Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne”. Gênesis 2:24. A prática homossexual foi condenada, tanto no Antigo Testamento (Lv 18.22; 20.13), como no Novo Testamento (Rm 1.26,27; 1 Co 6.10). A igreja que adota e defende o pecado, não pode ser chamada de Igreja de Cristo. “Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível”. Efésios 5:27. · Triunfalismo. O movimento Neo-pentecostal traz consigo outra marca especial, “o triunfalismo”. Este tal triunfalismo está presente em seus movimentos, mensagens de púlpitos, mídias impressas e fonográficas etc. É comum hoje nós recebermos convites para participar de um tal “Louvorzão, Mega Vigílhão Abala tudo, Hiper Concentração de Poder, de Fé de Milagres”. Essa maneira de apresentar os eventos da Igreja ou de nos referirmos a eles, pode até parecer natural, mas é tendenciosa e inescrupulosa. Demonstra a falta de reverência desta geração pelo o que é sagrado. É um sacrilégio disfarçado de inovação e criatividade. Não existe “fezão” existe, a fé, não existe “Louvorzão” existe louvores e cânticos espirituais, não existe “Vigilhão”, existe vigílias. · Misticismo. O misticismo a que me refiro, não é o simples fato de acreditarmos no mundo espiritual, ou de mantermos conexão com ele por meio de Cristo; mas, no fato de atribuirmos poderes sobrenaturais aos objetos. O cristianismo não é formado por ritos e cerimônias, ou objetos sagrados como o são algumas religiões atuais. O Cristianismo é uma pessoa, Jesus. Os ensinos de Cristo e dos apóstolos, constitui nossa base doutrinária de regra e fé. Nem Cristo e nem os apóstolos valorizaram objetos ou coisas, atribuindo-lhes poderes místicos, pelas quais pudéssemos exercitar nossa espiritualidade. No entanto, hoje vivemos uma verdadeira revolução das coisas ungidas; lenço ungido, cadeira ungida, óleo ungido, roupa ungida, água ungida, copo ungido, vassoura ungida, sabão ungido, sal ungido, e inúmeros outros objetos. Que aberração! Estas coisas são apresentadas ao público evangélico com pretexto de espiritualidade, mas a motivação é puramente econômica. Não pretendo confundir, nem zombar da fé de ninguém ao fazer tais colocações. Meu intuito é esclarecer e não confundir. Podemos ter acesso as bênçãos de Deus sem a intermediação de alguém ou de algo. O óleo ungido não curará o enfermo, mas a “oração da fé”, “E a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados”. Tiago 5:15. Jesus deu autoridade aos seus seguidores para realizar maravilhas em seu nome; curar os enfermos, expulsar os demônios etc. (Mc 16.17). O movimento Neo-pentecostal dá muita ênfase à Prosperidade, Cura Divina e a Libertação, e se esquecem de alguns outros temas mais relevante da fé “a salvação da alma” (Mt 16.26), e a santificação (Hb 12.14). Outras tendências do Movimento Neo-pentecostal, é o chamado “cair no poder” ou “reteté”, que são movimentos estranhos, onde as pessoas perdem o senso de decência e ordem e pulam, rodam, gritam, rolam pelo chão etc. Isso pode ser qualquer outra coisa, menos culto. O Culto Bíblico deve ser decente e ordeiro (1 Co 14.40): Que fareis pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação. 1 Coríntios 14:26 O culto cristão “a reunião dos salvos” tem por objetivo primordial, a edificação dos crentes. O tal “cair no Espírito” ou “reteté” não edifica, mas confunde, e Deus não é Deus de confusão (1 Co 14.33). Não se esforce por ser um “crente do manto”, se esforça por ser um crente santo. “Deus nos convida a um retorno às origens” Todos os pontos citados acima são desvios doutrinários, aceitos como normais no mundo eclesiástico moderno. Isso fala do início de um desvio em massa, que vai proliferar até se tornar uma apostasia geral. A igreja já está experimentando a fase inicial da apostasia. Previna-se. 8. A IGREJA NÃO PODERÁ EVITAR A APOSTASIA O desvio em massa, dos últimos dias é inevitável. A igreja não poderá evitar sua própria apostasia, pois este evento está profetizado nas Escrituras. A apostasia não terá que acontecer porque foi profetizado, a profecia apenas antecipou um acontecimento inevitável, portanto ela acontecerá no momento certo. Já podemos ver fortes indícios de apostasia na igreja atual, e este quadro vai sendo ampliado, culminado com uma apostasia geral. A igreja não pode evitar seu fim trágico, mas o crente pode evitar seu desvio, e por fim ajudar o seu grupo. A apostasia começa pelo desvio dos indivíduos, portanto, se cada crente velar por si próprio, jamais cairá: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem” 1 Timóteo 4:16 9. COMO OCORRERÁ O DESVIO DA IGREJA 9.1. PELO ESFRIAMENTO DO AMOR Jesus predisse o aumento da iniquidade “impiedade”, “pecado”, nos últimos dias, esta proliferação do mal resultaria no esfriamento do amor “temor”. E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará. Mateus 24:12 Apesar de parecer uma previsão geral, o contexto, não deixa dúvidas que Jesus referia-se a sua igreja. A iniquidade multiplicaria no meio do povo de Deus, e isso resultaria na extinção quase que completa do “temor” de Deus. A partir daí a apostasia generalizada ganhará forças. 9.2. PELA NEGLIGÊNCIA A igreja atual manifesta-se negligente em vários aspectos. Isso vai desde a responsabilidade do culto público “congregar”, aos mais diversos aspectos da vida cristã; como a disciplina na oração, leitura bíblica, jejum, devoção particular, exercício ministerial etc. Os crentes de hoje perderam o hábito de orar. As reuniões de oração da Igreja são as mais desfalcadas. O que dizer, então, do culto doméstico praticamente ficou perdido na história, e as devoções particulares, que envolvia louvor, jejum e oração? As disciplinas da vida cristã praticamente foram abandonadas. O tempo para se aplicar a leitura da Bíblia é cada vez menor. Àqueles que liam todos os dias, agora só leem a cada dois ou três dias. Uma grande maioria só estuda a Bíblia aos fins de semana, outros esporadicamente. Alguns outros abandonaram totalmente a leitura da Bíblia, nunca mais leram nada. O mesmo podemos dizer da frequência nos cultos. Há alguns anos, uma Bíblia e uma Harpa Cristã eram acessórios comuns dos crentes. Todos possuíam uma Bíblia e uma Harpa. Aos poucos os crentes foram abandonando o hábito de trazer suas Bíblias e harpas para os cultos. Com a revolução da internet e dos Smartphones, as Bíblias impressas, aos poucos estão sendo substituídas pelas versões digitais. Não há nenhum problema em se ter uma Bíblia em seu celular, o que acontece é que as vezes, o mesmo crente que lê ou estuda sua Bíblia no celular no culto, acessa ao mesmo tempo as redes sociais, WhatsApp, Facebook, Instagram, etc. Não podemos estar conectados nas redes sociais e com Deus ao mesmo tempo. Um terá que ser negligenciado. O momento do culto é uma oportunidade que temos de oferecermos a Deus o que há de melhor em nós (Rm 12.2). Por causa da crescente negligência nessas áreas, a Igreja vai perdendo, aos poucos, sua resistência espiritual. Sem resistência espiritual, não tem possibilidade de ganharmos a guerra contra as hostes espirituais do mal (Ef 4.12), não temos possibilidade de resistirmos no dia mal (v13). A Bíblia nos adverte: “Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe não caia” (1 Co 10.12). 9.3. A DECADÊNCIA NA ADORAÇÃO Adoração é render a Deus tudo aquilo que lhe é devido. O culto é uma ocasião especial para adoração individual e coletiva. Qual elementos devem compor o culto cristão? Diversos. A adoração é a suma de todos os elementos do culto que são oferecidos a Deus pelo crente, individual e coletivamente. Na sinagoga dos judeus os elementos do culto se resumiam praticamente em: louvores, leitura pública da Lei e sua explanação. O Culto cristão primitivo seguiu, praticamente o mesmo modelo. Louvor, Leitura de Passagens Veterotestamentárias, explanação. Principalmente, o modelo de explanação expositiva, como podem ser notados nos sermãos ministrados pelos apóstolos e obreiros da Igreja Primitiva. (Ver sermão de Pedro e Estevão) (At 2.14ss; 7.2ss). Que fareis pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação. (1 Co 14.26) Falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração; Dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo; (Ef 5:19,20) O culto cristão deve ser vivo e dinâmico. A manifestação do Espírito Santo deve ser real, por meio dos dons espirituais, para que a igreja possa obter plena edificação. O culto dinâmico nada tem a ver com culto barulhento, e a manifestação do Espírito Santo nada tem a ver com desordem. A manifestação do Espírito Santo no culto, é medida pela qualidade da adoração que está sendo oferecida, e do adorador que a oferece. Imitar o mover do Espírito Santo não traz edificação, mas confusão. Deus não é Deus de confusão. Quais elementos formam o culto de sua igreja? Há louvores inspirados? Há leitura e explanação da Palavra de Deus? Há a real manifestação do Espírito Santo? Se sim, saiba que sua igreja ainda se identifica com a igreja dos apóstolos. Em muitas igrejas hoje, a ministração da Palavra foi praticamente abolida, quando têm, é por um tempo significantemente pequeno. Já ouvi falar de 5, 7, 10, 15 minutos. O tempo do culto é totalmente preenchido com louvores, apresentação de visitantes, apresentações teatrais, dinâmicas bíblicas, que nada tem a ver com a Bíblia, e outros. Que descaso! Que negligência! O resultado disso é uma geração de crentes que não conhecem a Palavra de Deus, que não conhece o verdadeiro significado de ser crente, que não sabe discernir entre o bem e o mal, uma presa fácil para os falsos mestres que vem travestidos de pastor. Sem a vida de Deus na Igreja, a Igreja está propensa a perder a sua essência. CONCLUSÃO A Igreja caminha para a apostasia generalizada, seus indícios já podem ser vistos hoje. A Bíblia nos recomenda: “E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus”, Romanos 12:2. Oremos sempre a Deus, pedindo a renovação do nosso entendimento, para que possamos em todo tempo provar da boa, agradável e perfeita de Deus. [1] Dicionário Teológico.../Claudionor Corrêa de Andrade 1 ed. - Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 1998 p.48

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