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A IDENTIDADE ESPIRITUAL DO CRENTE

INTRODUÇÃO Deus criou o homem à sua imagem e conforme a sua semelhança (Gn 1.26). Muitos empregaram, e ainda empregam esforços para entender o significado destes termos “imagem/semelhança”. Será que devemos entender literalmente, ou em sentido moral? É difícil determinar isso com precisão, mas o contexto geral da Bíblia pode lançar uma luz sobre a possível aplicação destes termos. A posição mais coerente é que os termos devem ser entendidos como sinônimos, isso é; que eles enfatizam a mesma ideia. No versículo 27 de Gênesis 1, o escritor enfatiza a mesma verdade do versículo 26, mas, omitindo o fator “semelhança”. A Bíblia também afirma que Deus é Espírito (Jo 4.24), um espírito não tem uma forma, mas pode tomar uma forma, como nos casos de manifestação físicas de anjos, ou mesmo teofanias do A.T. A Lei proibia expressamente representar Deus por meio de imagens, mesmo de homens, porque “não vistes figura alguma” (Dt 4.12), referindo-se à revelação no monte Horebe (Dt 4.10). 1. O SIGNIFICADO DA IMAGEM DE DEUS NO HOMEM Aprendemos que os termos “imagem e semelhança” são sinônimos, e que o seu significado é moral, mas, quais aspectos morais de Deus foram impressos no homem, no momento de sua criação? Adão e Eva foram os primeiros humanos a habitar a terra, conforme o relato de Gênesis. Os únicos da raça a não passar pelo processo biológico da origem da vida “concepção, geração e nascimento”. Eles foram criados diretamente por Deus. O conceito pleno de “imagem e semelhança” se aplicam apenas a Adão e Eva antes da queda. Depois da queda o conceito de imagem e semelhança foi desvirtualizado, sendo resgatado novamente na pessoa de Jesus, o cordeiro de Deus, sem mancha, nem ruga (1 Pd 1.19), “isso fala de sua natureza santa e perfeita. O pecado foi o agente responsável por macular a criação perfeita de Deus, o homem. O pecado contaminou toda a nossa composição, corpo, alma e espírito, pois isso a reconstrução espiritual deve alcançar o homem nesses tríplices aspectos (1 Ts 2.23). Com base no relato de Gênesis podemos estabelecer o conceito elementar de “imagem e semelhança”. A. A natureza espiritual do homem. O homem herdou de seu criador “Deus” a natureza espiritual. Por ser espiritual, o homem também se tornou imortal. O corpo físico se degrada com a morte, mais a alma e o espírito “que forma a nossa natureza espiritual” é eterno. A Morte, portanto, não é um fim da vida humana, mas o começo de um estado eterno, com Deus ou sem Deus. Cabe ao homem escolher o seu destino (Dt 30.15,19). A queda do homem não afetou a sua condição de ser espiritual e eterno, afetou apenas a sua condição espiritual diante de Deus. A condição original do homem começa a ser reconstituída quando nós reconhecemos Cristo como nosso salvador e Senhor, e culminará com a redenção final dos salvos (1 Co 15.54). B. Perfeição. “E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom” (Gn 1.31b)”. A expressão “bom” aqui em Gênesis, traz a ideia de “perfeito”. O Homem foi criado perfeito por Deus. “Eis aqui, o que tão-somente achei: que Deus fez ao homem reto, porém eles buscaram muitas astúcias”. Eclesiastes 7:29. A perfeição divina no homem foi desvirtuada por causa da queda “pecado”. C. Pureza. Após Adão e Eva terem comido do fruto proibido, perceberam que estavam nus (Gn 3.7). Quando Deus veio visita-los, se esconderam. Sentiram vergonha pela primeira vez (Gn 3.8-11). Esse foi um sinal evidente que haviam perdido sua inocência. D. Comunhão. A comunhão fala da capacidade de se relacionar perfeitamente com Deus. Quando o pecado entrou no mundo, afastou o homem de Deus. A primeira ação de Adão e Eva ao deparar-se com presença de Deus após o pecado, foi de esconder-se. A natureza caída do homem não pode comungar com a natureza pura e justa de Deus (1 Co 2.14-16). A não ser por meio do novo nascimento operado por Cristo (Jo 3.3,5). O pecado faz divisão entre a criatura e o Criador (Is 59.1). 2. AS CONSEQUÊNCIAS DA QUEDA NA VIDA DA HUMANIDADE A queda, ou o pecado de Adão foi o maior desastre da história. Teve abrangência universal e consequências eternas para todos os homens. O pecado de Adão atingiu a todos os seus descendentes trazendo a morte em um aspecto tríplice, “física, espiritual e eterna”. Deus havia advertido Adão das consequências, caso desobedecesse e comesse do fruto proibido; “E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás. Gênesis 2:16,17. Adão comeu do fruto proibido, e a consequência foi a morte (Rm 3.23). O pecado trouxe como consequência a separação do homem com Deus. A separação resultou na morte (Rm 6.23). A morte como consequência do pecado abrange três dimensões: física, espiritual e eterna. O pecado destruiu tudo aquilo que a imagem de Deus construiu no homem; a perfeição, a pureza e a comunhão. Nenhum esforço humano ou religião pode mudar o quadro que se encontra a humanidade, “destituída da glória de Deus” (Rm 3.23). Apenas Cristo tem a solução (Ef 2.8,9). Jesus nos reconcilia com Deus, e nos dá novamente a oportunidade de mantermos comunhão Ele. 3. RESGATANDO A IMAGEM DE DEUS Quando entregamos nossas vidas a Cristo, Deus começa a nos reconstruir conforme a imagem original de Adão. Esta imagem está refletida perfeitamente em Jesus “o segundo Adão” (1 Co 15.45). O homem/Deus Jesus, se tornou carne e habitou entre nós (Jo 1.13). Ele era perfeitamente homem e perfeitamente Deus. Como homem feito à imagem de Adão, Jesus não herdou, todavia, o pecado original. Ele nasceu, viveu e morreu sem pecado (1 Jo 3.5). Jesus é a representação perfeita da humanidade original criada por Deus, pura, inocente, perfeita. Ser Cristão, significa nos identificar com Cristo em todos os aspectos. Essa identificação nos é possível graças a morte de Jesus na cruz do Calvário. Na Cruz, Jesus pagou o preço de resgate da humanidade. Redenção fala de resgate. Mas, de quem ou do que somos resgatados? Por meio do sacrifício de Cristo somos resgatados do poder do Diabo, o deus deste século, e do poder da morte e do pecado. A partir do momento que somos resgatados por Cristo inicia-se o processo divino de reconstrução da identidade humana perdida em Adão. Aos poucos vamos sendo reconstruídos ou reconstituídos conforme a imagem do Deus perfeito. O processo de reconstrução será realizado por etapas, com base nas diversas fases da vida cristã, mas terá como ponto de partida a nossa conversão a Cristo. 3.1. A CONVERSÃO Conversão significa “dar meia volta”. A conversão a Cristo é o ato de dar meia volta em nossa vida espiritual. Quando vivemos no pecado, caminhamos em direção oposta a Deus. Quando nos convertemos, damos meia volta, isso é; passamos a caminhar em direção a Ele. A conversão dará início a reconstrução espiritual do crente, que culminará com a volta de Jesus para buscar a sua Igreja, no arrebatamento (1 Ts 4.14-16). Após a experiência da salvação inicia-se um longo processo de reconstrução espiritual do crente. Essa reconstrução será manifestada por meio da vivência e experiência cristã. Sempre em um processo de mútua cooperação entre o crente e Deus. 3.2. O NOVO NASCIMENTO O novo nascimento fala da transformação experimentada pelo salvo após sua conversão a Cristo. Essa transformação envolve todos os aspectos de nossa personalidade. · Corpo · Alma · Espírito Quando nos convertemos a Cristo recebemos a semente que dará início a formação da nova criação de Deus em nós, o Espírito Santo. O Espírito Santo será o agente principal no processo de reconstrução de nossa nova identidade. 3.3. A SANTIFICAÇÃO A santificação pode ser tanto posicional, quanto progressiva. A santificação posicional fala de uma condição que Cristo nos outorgou. É um termo usado para referir-se à salvação. A santificação progressiva fala de nossa contínua separação e consagração a Deus. 3.4. A IMITAÇÃO A Bíblia recomenda: “sede pois imitadores de Deus como filhos amados”. (Ef 5.1). Imitar a Deus é uma atitude que depende muito do crente. Eu decido se quero imitar ou não ao Senhor. Se estamos dispostos a sermos imitadores de Deus, devemos saber que isso custará um preço, vai exigir de nós muita dependência de Cristo, disciplina, renúncia etc. Contudo estamos dispostos a ser um imitador de Deus, Ele proverá os recursos necessários para que o façamos. 4. A CULTIVAÇÃO DO FRUTO DO ESPÍRITO O fruto do Espírito é a operação do Espírito Santo no interior do crente que nos faz ou nos torna semelhantes a Cristo em sua natureza moral. O fruto do Espírito nos molda a forma de Jesus, isso é, faz com que nos identifiquemos com Ele. Se os elementos do fruto do Espírito se manifestam em nossas vidas é uma prova evidente de que somos salvos, e que somos verdadeiramente uma nova criatura na presença de Deus. CONCLUSÃO Tudo o que foi perdido mediante a queda de Adão, nos é restaurado por intermédio de Cristo. Isso não significa que seremos perfeitos, ou que nunca mais vamos errar. A natureza humana caída ainda estará em nós, mas estará subjugada à lei do Espírito de Vida, o qual Cristo nos outorgou e que forte o suficiente para nos fazer triunfar sempre sobre o pecado e sobre o mal. Aleluia. A Bíblia nos recomenda a sermos perfeitos como é perfeito nosso Pai celestial (Mt 5.48). Esse conceito de perfeição deve ser entendido como um “padrão” de Deus, que nos é acessível e perfeitamente possível. Deus não nos deixou um padrão de vida inatingível. Deus nos conhece melhor do que nós mesmos, Ele conhece nossas limitações e fraquezas, afinal de contas Deus Ele se tornou homem mediante Cristo, onde experimentou todas as sujeições do ser humano na prática. O padrão que ele nos deixou leva em contas todas as nossas limitações. Portanto, não temos desculpas por não atingirmos o padrão que Deus exige. Deus disse para Paulo “a minha graça te basta”. Na graça de Deus encontramos tudo o que precisamos para termos uma vida irrepreensível e santa. Em Cristo seremos aperfeiçoados até ao seu retorno, onde seremos revestidos de sua natureza eterna e perfeita. Seja mais dependente da graça de Deus e você encontrará o que você precisa para ser um crente vitorioso.

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