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Foto do escritorMarciel A. Delfino

AS CONSEQUÊNCIAS DO PECADO E OS EFEITOS DA GRAÇA DE DEUS

INTRODUÇÃO Antes de um médico diagnosticar uma determinada doença considerada complexa, primeiramente ele solicita uma série de exames. Através dos exames o médico poderá determinar com precisão a causa, consequência e diagnóstico da doença. Diagnosticar uma doença sem conhecer sua origem ou suas causas, pode comprometer o tratamento, e consequentemente protelar a cura do doente o que pode incorrer numa consequência maior, a morte da vítima. Para conhecermos os efeitos ou as consequências de uma doença precisamos antes conhecer sua origem. Esse princípio é válido não somente para as doenças, mas para resolver muitas questões da vida; como exemplo, podemos citar as intrigas entre pessoas ou entre um casal. Se eles não descobrirem a raiz do problema que causa dificuldades no relacionamento de ambos, dificilmente poderão diagnosticar o problema, ele pode ser amenizado usando outros artifícios ou meios, no entanto ou mais cedo ou mais tarde o ponto de apoio desmoronará. O mesmo podemos dizer daquilo que a Bíblia chama de pecado. O pecado é o maior mal da raça humana, e constitui a causa primária de todos os outros males existentes. Para conhecemos as consequências ou os efeitos do pecado na vida de uma pessoa, precisamos, como no exemplo acima, conhecermos sua origem. No nosso exame a respeito da origem e consequência do pecado, usaremos um sistema consagrado no meio pedagógico, o sistema de perguntas. Este é um método eficaz no processo de aprendizado. Levantaremos as perguntas e responderemos usando versículos chave da Bíblia que trata objetivamente do assunto. Iniciaremos nossa abordagem em termos gerais, isso é: levando em consideração a condição geral do ser humano em relação ao pecado, depois em termos mais específicos, isso é: a condição do crente em relação ao pecado. A primeira pergunta inaugural deste nesse nosso exame a respeito do pecado é: 1. Qual a presente condição do ser humano diante de Deus? A Bíblia responde positiva e objetivamente essa pergunta: Rm 3.23 “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;” O versículo em destaque apresenta a causa e os efeitos da presente condição do homem diante de Deus. A parte (a) do versículo apresenta a causa “Porque todos pecaram” e a parte (b) os efeitos “destituídos da glória de Deus”. A palavra “destituídos” significa “privados, indignos” e a expressão glória de Deus é shekiná e no sentido Bíblico refere-se a presença do Senhor. Isso significa que o se humano foi privado da presença do Senhor por causa do pecado. O versículo acima descreve em outras palavras o estado de morte espiritual da humanidade. 2. O que é o pecado e qual a origem do pecado? O sentido Bíblico de pecado é a princípio “errar o alvo”. Em outras palavras podemos definir o pecado como “qualquer desobediência a lei divina”. 1 Jo 5.17 a “Toda injustiça é pecado;”. A Bíblia não afirma claramente onde surgiu o pecado, mas a luz de todo contexto bíblico podemos concluir que o pecado surgiu no coração de Lúcifer Jo 8.44; “Vós tendes por pai o Diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai; ele é homicida desde o princípio, e nunca se firmou na verdade, porque nele não há verdade; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio; porque é mentiroso, e pai da mentira”. Qual a condição do homem em relação ao pecado ou do pecado em relação ao homem? A Bíblia traz a seguinte declaração do homem em relação ao pecado: Rm 3.23 “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;” A primeira parte do versículo declara pecador todos os homens, mesmos àqueles que ainda não nasceram. Essa declaração abre caminho para uma visão diferente a respeito do pecado que foge do simples fato de cometer ou praticar erros. O pecado deixa de ser uma simples escolha e passa a ser uma condição. A condição de todos com exceção de Jesus que as Escrituras afirmam ser sem pecado Hb 4.15. “Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado”. Todos são pecadores por natureza. Essa natureza foi herdada de nossos primeiros pais, Adão e Eva Rm 5.12. “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porquanto todos pecaram”. Todos pecaram em Adão. Por esse motivo todos estão debaixo do pecado Rm 3.9; “Pois quê? Somos melhores do que eles? De maneira nenhuma, pois já demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado;”. “Mas a Escritura encerrou tudo debaixo do pecado, para que a promessa pela fé em Jesus Cristo fosse dada aos que creem”. A conseqüência do pecado é a morte. Essa foi a advertência dada por Deus a Adão Gn 2.17 b. “porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás”, como também a sentença depois do pecado Gn 3.19 b “porquanto és pó, e ao pó tornarás”. A condenação de morte foi sentenciada a todos, pois na verdade todos pecaram (Rm 5.12). O salário ou “recompensa” do pecado é a morte (Rm 6.23). Morte física, Morte espiritual e Morte eterna. O sentido de morte é separação, esta é a condição que se encontra todos os que estão debaixo do pecado, “separados de Deus” Rm 3.23. Isaías disse “Is 59.1,2, Vejam! O braço do Senhor não está tão encolhido que não possa salvar, e o seu ouvido tão surdo que não possa ouvir. Mas as suas maldades separam vocês de seu Deus; os seus pecados escondem de vocês o rosto dele, e por isso ele não os houviará”, se morrerem nessa condição a separação será eterna. Todos os que estão debaixo do pecado estão afastados de Deus e são réu do juízo eterno do Senhor. O pecado em relação ao homem A Bíblia apresenta o pecado como: 2. Uma lei inerente a natureza humana “Rm 8.2 Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte”. O pecado é descrito como uma lei absoluta na vida do ser humano. Uma lei que jamais pode ser invalidada ou anulada. Este constitui um dos mais críticos quadros que a Bíblia descreve a respeito do pecado. Sendo assim o pecado não é opcional, mas condição imposta sobre a vida de todos. Nenhum esforço próprio pode livrar o ser humano dessa lei maldita. Afinal lei é lei. 3. Senhor absoluto “Jo 8.34 Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é escravo do pecado”. “Rm 6.16 Não sabeis que daquele a quem vos apresentais como servos para lhe obedecer, sois servos desse mesmo a quem obedeceis, seja do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?”. O primeiro versículo foi proferido pelo próprio Senhor Jesus. Sua declaração sobre o pecado é substancial, “todo aquele que comete pecado é escravo do pecado”. Ora, já vimos que todos pecaram então em suma todos são servos do pecado. A designação do pecado como senhor revela alguns outros aspectos de sua natureza;

  • Como senhor da vida do homem perdido o pecado tem o direto de dirigir, ditar, impor, controlar, como um senhor de escravos que pode fazer do seu servo o que bem entender.

1. A causa de todos os males do mundo O pecado constitui a causa primária de todos os males da vida do homem, portanto é agente causador da maior tragédia da vida do homem; a morte eterna. 4. Como Deus vê e julga o pecado? Deus vê o pecado como um grande mal. A maior tragédia da humanidade que não pode ser invalidada, apenas corrigida em alguns pontos como veremos logo adiante. A morte física é a conseqüência imediata do pecado, mas também a morte espiritual e eterna como já enfatizamos acima. Deus em sua presciência previu a queda do ser humano, antes mesmo de formá-lo. Mas Deus preferiu contar com a correção da culpa que deixar de criar sua criatura especial, o ser humano. Deus quis manifestar sua glória a sua criação e por isso apesar de estar ciente do futuro da mesma optou por torná-la manifesta. Se não houvesse criação não haveria a manifestação da glória de Deus. Rm 9.22,23 “E que direis, se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição; para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que de antemão preparou para a glória,”. Portanto quando Deus decidiu criar o ser humano preparou também a redenção de sua criação através de Cristo. Ap 13.8; 1 Pe 1.19,20. “E adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo”. “mas com precioso sangue, como de um cordeiro sem defeito e sem mancha, o sangue de Cristo, o qual, na verdade, foi conhecido ainda antes da fundação do mundo, mas manifesto no fim dos tempos por amor de vós”, A morte de Cristo constitui um decreto divino. Sua manifestação aconteceu no tempo predito, mas na mente de Deus o sacrifício de seu filho já o era realizado. No momento em que Deus decretou a morte do cordeiro em prol da humanidade, elegeu nele os salvos, àqueles que aceitariam o sacrifício de Cristo Ef 1.4. “como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele em amor”; Deus ilustrou a morte do cordeiro através do animal sacrificado para cobrir a nudez de Adão e Eva (Gn 3.21), e através dos sacrifícios que eram oferecidos pelos sacerdotes levitas, até que chegasse o tempo apropriado da manifestação do Salvador. O verdadeiro cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29) Todos pecaram em Adão. Portanto todos devem morrer. Todo o que comete pecado é digno de morte. A imputação da culpa é automática. O projeto de redenção do Criador permitiu uma exceção, a apresentação de um substituto. A exceção divina permitia que a culpa fosse transferida a outrem que estivesse disposto a morrer no lugar do culpado. Mas existia uma regra básica o substituto deveria ser inocente. Nenhum homem era capaz de substituir outro homem, pois todos eram pecadores. Todos eram culpados diante de Deus como já vimos acima. E outra questão é que ninguém estaria disposto a morrer pelo outro ainda mais por um culpado, digno de morte. Deus então determinou que um cordeiro inocente substituísse o pecador sofrendo em seu lugar o castigo que lhe era devido. A transferência da culpa era realizado por meio de um ato simbólico de imposição de mãos, Lv 1.4. “Porá a sua mão sobre a cabeça do holocausto, e este será aceito a favor dele, para a sua expiação”. Este ritual prefigurava a morte substitutiva ou vicária de Cristo na cruz do calvário. Nenhum outro texto bíblico ilustra essa verdade melhor que Isaías 53. Onde o profeta contempla Cristo em sua paixão. Jesus sendo susto foi aceito por Deus em lugar dos pecadores, o único capaz de Salvar a humanidade. Existe uma diferença entre os sacrifícios levíticos e o sacrifício realizado por Cristo. O sangue das vítimas dos sacrifícios levíticos aspergidos sobre o altar cobriam a culpa do pecador. A vitima era aceita no lugar do culpado, mas estes rituais se repetiam diuturnamente pois o sangue dos animais não purificavam a consciência do pecado.

(Hb 10.3-14) Mas nesses sacrifícios cada ano se faz recordação dos pecados, porque é impossível que o sangue de touros e de bodes tire pecados. Pelo que, entrando no mundo, diz: Sacrifício e oferta não quiseste, mas um corpo me preparaste; não te deleitaste em holocaustos e oblações pelo pecado. Então eu disse: Eis-me aqui (no rol do livro está escrito de mim) para fazer, ó Deus, a tua vontade. Tendo dito acima: Sacrifício e ofertas e holocaustos e oblações pelo pecado não quiseste, nem neles te deleitaste (os quais se oferecem segundo a lei); agora disse: Eis-me aqui para fazer a tua vontade. Ele tira o primeiro, para estabelecer o segundo. É nessa vontade dele que temos sido santificados pela oferta do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez para sempre. Ora, todo sacerdote se apresenta dia após dia, ministrando e oferecendo muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca podem tirar pecados; mas este, havendo oferecido um único sacrifício pelos pecados, assentou-se para sempre à direita de Deus, daí por diante esperando, até que os seus inimigos sejam postos por escabelo de seus pés Pois com uma só oferta tem aperfeiçoado para sempre os que estão sendo santificados. O sacrifício realizado por Jesus foi perfeito e eterno. Por meio de um único ato de desobediência o pecado entrou no mundo. Assim também por meio de um único ato de justiça “a morte do cordeiro de Deus” Jesus, a justiça divina se manifestou purificando muitos do poder do pecado.


(Rm 5.17-19) “Porque, se pela ofensa de um só, a morte veio a reinar por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo. Portanto, assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação e vida. Porque, assim como pela desobediência de um só homem muitos foram constituídos pecadores, assim também pela obediência de um muitos serão constituídos justos”. Se não houvesse a morte substitutiva de Cristo seguida de sua ressurreição corporal, todas as pessoas estariam perdidas e ainda estariam debaixo do poder do pecado e todos teriam a mesma sorte; a morte ou a condenação eterna.


(1 Co 15.16,17) “Porque, se os mortos não são ressuscitados, também Cristo não foi ressuscitado. E, se Cristo não foi ressuscitado, é vã a vossa fé, e ainda estais nos vossos pecados”. O sacrifício vicário de Cristo é suficiente para cobrir os pecados de todos, e purificar todos do poder do pecado, mas nem todos aceitam o sacrifício de Jesus. Como disse Isaías no cap. 53.1; “Quem deu crédito a nossa pregação? E a quem se manifestou o braço do Senhor”

Quais são os resultados da morte de Jesus?

Com dissemos, o sacrifício de Cristo foi plenamente eficaz. A Bíblia afirma que o propósito primário da morte de Jesus foi a reconciliação da humanidade com Deus: 2 Co 5.18,19; “Mas todas as coisas provêm de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Cristo, e nos confiou o ministério da reconciliação; pois que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões; e nos encarregou da palavra da reconciliação”. Também Cl 1.21,22. “A vós também, que outrora éreis estranhos, e inimigos no entendimento pelas vossas obras más, agora contudo vos reconciliou no corpo da sua carne, pela morte, a fim de perante ele vos apresentar santos, sem defeito e irrepreensíveis”. A morte de Jesus trouxe salvação aos perdidos. Todos quantos o aceitam como seu Salvador pessoal e Senhor. Tt 2.11. “Porque a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos os homens”, A morte substituta de Cristo proveu uma séria de benção para a vida dos salvos. A primeira de todas essas bênçãos é a graça do Senhor como vimos acima. O termo “graça” significa “favor”, favor imerecido de Deus. A salvação é fruto da graça de Deus em Cristo Jesus, Ef 2.8,9. “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie”. A palavra “graça” também possui outros significados como uma virtude especial da vida cristã ou como a força e o poder que nos mantêm de pé na presença de Deus. 2 Co 12.9. “...e ele me disse: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. Por isso, de boa vontade antes me gloriarei nas minhas fraquezas, a fim de que repouse sobre mim o poder de Cristo”. Esse poder especial atuante em nossas vidas é que nos concede capacidade de vencermos o poder do pecado que em nós habita. Outras bençãos advindas de Cristo são:

  • Justificação

A justificação é o ato de Deus nos tornar justos mediante a fé em Jesus. Justificação significa mudança de posição espiritual diante de Deus, isto é; de pecadores para justificados, inocentes. Rm 5.1,2. “Justificados, pois, pela fé, tenhamos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo, por quem obtivemos também nosso acesso pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e gloriemo-nos na esperança da glória de Deus”. Através da justificação Deus considera o pecador redimido como se nunca houvesse pecado.

  • Redenção

O significado original de redenção é resgatar mediante o pagamento de um preço. A expressão denota o meio pelo qual a salvação é obtida, a saber: o pagamento de um resgate. O sangue de Jesus foi o preço pago por Cristo pelo nosso resgate. Ef 1.7,8. “em quem temos a redenção pelo seu sangue, a redenção dos nossos delitos, segundo as riquezas da sua graça, que ele fez abundar para conosco em toda a sabedoria e prudência”, Mediante o pagamento do resgate passamos a ser propriedade exclusiva de Deus, não estando mais sob o jugo do pecado.

  • Santificação

A santificação no Novo Testamento é vista em duas perspectivas distintas, posicional e gradativa. A santificação posicional é um ato instantâneo, inerente a salvação. No momento de nossa salvação através da fé em Jesus somos também santificados nele. Hb 10.10. “É nessa vontade dele que temos sido santificados pela oferta do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez para sempre”. A palavra santificação significa “separados”, isso é; separados do pecado para Deus. A santificação gradativa é a disposição do crente em apresentar-se irrepreensível diante do Senhor. É o aperfeiçoamento diuturno do cristão. O abandono progressivo de tudo aquilo que macula a alma do crente e que pode impedir sua comunhão plena com Deus. Hb 12.14. “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor”.

  • Eleição

Eleição significa “escolher”, “eleger”. Esse ato divino de escolha aconteceu em Cristo na eternidade. Ef 1.4. Esse é um ato da soberania de Deus que não deve ser questionado. “como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele em amor”;

  • Adoção

A palavra é de origem jurídica e refere-se ao ato de filiação legal. Através de Cristo nos tornamos filhos legais de Deus. Herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo. Ef 1.5; Rm 8.16,17. “e nos predestinou para sermos filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade” “O Espírito mesmo testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus; e, se filhos, também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo; se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados”. O conceito atual de paternidade divina não está de acordo com a revelação geral das Escrituras. Deus não é pai de todos, e não são todos filho de Deus. Filhos de Deus são aqueles que foram unidos a Cristo por ocasião da fé em seu Nome. Rm 8.15. “Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes com temor, mas recebestes o espírito de adoção, pelo qual clamamos: Aba, Pai”!

  • Regeneração

Esse ato divino está relacionado a novo nascimento, Jo 3.3. “Respondeu-lhe Jesus: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus”. O ser humano só pode ter comunhão com Deus através desse novo nascimento. Essa é a condição divina para salvação, Tg 1.5. “não em virtude de obras de justiça que nós houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou mediante o lavar da regeneração e renovação pelo Espírito Santo”, A regeneração é um ato exclusivo de Deus. O homem por si mesmo não pode nascer de novo. A regeneração é processada por intermédio da Palavra de Deus. Ef 1.26. “a fim de a santificar, tendo-a purificado com a lavagem da água, pela palavra”,

  1. Qual a condição do crente diante do pecado?

A graça de Cristo operou uma obra extraordinária na vida do salvo. Rm 8.2. “Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte”.

Já vimos que a lei do pecado não pode ser anulada, mas a graça de Cristo implementou em nossas vidas uma outra lei superior a lei do pecado “a lei do Espírito de vida”. A lei do Espírito de vida anula o poder absoluto do pecado sobre o crente dando-lhe condições de escolhas. A lei do Espírito de vida anula também a sentença ou condenação do pecado, isso é a morte, Rm 8.1. “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” Antes pecávamos porque o pecado nos dominava e por mais que tentássemos fugir de seu poder não conseguíamos porque ele era mais forte do que nós. Com a lei do Espírito de vida operando em nossas vidas ainda temos uma natureza humana caída, mas temos o direito de escolher se queremos ou não queremos pecar. Cristo por intermédio de sua graça nos livrou do poder do pecado, agora compete a nós atender aos impulsos do Espírito que habita em nós com sua lei maravilhosa “a lei da liberdade” ou atender as paixões carnais que são pecados, Gl 5.1. “Para a liberdade Cristo nos libertou; permanecei, pois, firmes e não vos dobreis novamente a um jogo de escravidão”. Portanto na vida do crente duas leis atuam simultaneamente, a lei do pecado e lei do Espírito de vida. Duas leis opostas que desejam coisas opostas. A lei do espírito de vida cobiça para vida do crente as coisas do Espírito, isso é; os elementos da natureza divina que nos torna parecidos com Cristo esses elementos são denominados Fruto do Espírito, Gl 5.22,23. “Mas o fruto do Espírito é: o amor, o gozo, a paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade, a fidelidade, a mansidão, o domínio próprio; contra estas coisas não há lei”. Contra essas coisas não há lei (v 24). Ou não há proibição. A lei do pecado cobiça as coisas que são contrárias a natureza divina, essa coisas contaminam o espírito humano, são os desejos próprios da natureza humana caída. São descritos como obras da carne, Gl 5. “Ora, as obras da carne são manifestas, as quais são: a prostituição, a impureza, a lascívia, a idolatria, a feitiçaria, as inimizades, as contendas, os ciúmes, as iras, as facções, as dissensões, os partidos, as invejas, as bebedices, as orgias, e coisas semelhantes a estas, contra as quais vos previno, como já antes vos preveni, que os que tais coisas praticam não herdarão o reino de Deus”. Praticar as obras da carne é voltar a mesma condição de antes “perdido” por isso não podem herdar o Reino dos Deus. Por isso as Escrituras nos adverte, Gl 1.16. “Digo, porém: Andai pelo Espírito, e não haveis de cumprir a cobiça da carne. Porque a carne luta contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes se opõem um ao outro, para que não façais o que quereis”. Aqui entra a responsabilidade individual de cada crente em zelar pelo templo do Espírito Santo, que é sua própria vida, através de uma entrega pessoal contínua. A única maneira de nos livrarmos do poder do pecado ou dos desejos de nossa natureza humana caída é através do cultivo do fruto do Espírito. O fruto do Espírito é uma obra distinta dos dons espirituais, estes vêm de fora pra dentro, enquanto aqueles são cultivados no nosso interior. Os dons espirituais são concedidos diretamente pelo Espírito Santo ao crente enquanto o fruto do Espírito é uma obra conjunta. O Espírito Santo e o crente. 7. Como resistir aos impulsos de nossa natureza humana caída? Essa não é uma resposta tão simples de responder. Para isso precisamos conhecer alguns outros aspectos relacionados, como por o papel da tentação na promoção do pecado. Mas o que é tentação? “na perspectiva bíblica tentação é a inclinação ou tendência do ser humano à prática daquilo que é considerado impróprio ou pecado” A Bíblia diz que toda tentação é humana 1 Co 10.13. “Não vos sobreveio nenhuma tentação, senão humana; mas fiel é Deus, o qual não deixará que sejais tentados acima do que podeis resistir, antes com a tentação dará também o meio de saída, para que a possais suportar. Portanto, meus amados, fugi da idolatria”. Isso significa que não somos submetidos por Deus a uma tentação incomum, sobrenatural, mas a que diz respeito as nossas próprias paixões. Apesar de são sermos submetidos a uma provação externa, Deus se propõe a dosar a tentação e nos oferecer o escape, isso é um meio para que não sejamos seduzidos e venhamos assim a pecar. Esse escape diz respeito primeiramente a sua graça a nós dispensada, segundo aos muitos recursos que ele coloca a nossa disposição, Oração, Jejum, Leitura da Bíblia etc. Se resistirmos a tentação evitaremos o pecado e evitando o pecado impedimos nossa queda. A tentação ou a cobiça se manifesta através dos sentidos do corpo, audição, visão olfato, paladar e tato. Tiago apresenta de forma ordenada o processo da tentação. Esse conhecimento é necessário para que tenhamos maiores condições de evitá-la. Tg 1.13-15.1 “Ninguém, sendo tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele a ninguém tenta. Cada um, porém, é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência; então a concupiscência, havendo concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte”

  • Atração. Primeiro vem a atração mediante os sentidos: “cada um, porem, é tentado quando atraído”

  • Engodo. A pessoa atraída é seduzida: “e engodado pela sua própria concupiscência”

  • A concepção do desejo. A concupiscência gera na mente e no pensamento o desejo de pecar (Mc 7.21-23). A pessoa só faz o que pensa (v.15a) nesse ponto, ainda se pode evitar o pecado

  • O pecado é gerado. “então a concupiscência, havendo concebido, dá à luz o pecado”. Ainda na mente, nasce o pecado. Alguém pode, inclusive pecar a partir do pensamento (Mt 27.28).

  • A consumação do pecado. “e o pecado, sendo consumado, gera a morte. A referência aqui é a morte espiritual. Nesse ponto só há solução se houver arrependimento.

A tentação possui basicamente três fontes distintas:

A carne “que é nossa própria natureza pecaminosa”.

  • O mundo “Um sistema organizado que se opõe de forma persistente e sistemática ao reino de Deus”.

  • O Diabo. “nosso arqui-inimigo”.

Deus em sua palavra revela o segrego para vencemos essas três fontes de tentação:


1. A carne. Os dois maiores recursos disponíveis são: a vigilância e a oração, Mt 26.41.

“Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca”.

2. O mundo. A vitória sobre o mundo provém de nossa fé e vida santa em Cristo, 1 Jo 1.4b...e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé.


Nossa atitude para com o mundo deve ser a seguinte:


Não devemos amá-lo, 1 Jo 2.15,16. “Não ameis o mundo, nem o que há no mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não vem do Pai, mas sim do mundo”. Não devemos nos conformar com ele. “E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus”. Antes devemos considerá-lo morto (Gl 6.14).

3. O Diabo. Só vencemos o diabo mediante o poder da Palavra de Deus, a espada do Espírito. Essa foi a arma que Jesus usou em sua investida contra Satanás (Mt 4.1-8). A Bíblia é um dos acessórios da armadura do crente. È ofensiva, e defensiva ao mesmo tempo de defesa. Sem ela não podemos vencer a batalha contra Satanás.

A Bíblia nos exorta a resistirmos o Diabo, Tg 1.7. “Sujeitai-vos, pois, a Deus; mas resisti ao Diabo, e ele fugirá de vós”, isso não significa que devemos desfiar o inimigo mas resistir aos seus ataques ou a sua tentação. Notas 1 Lições Bíblicas CPAD, Aprendendo diariamente com Cristo, 3º trimestre de 2003.

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