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COMENTÁRIO BÍBLICO - CARTA DE JUDAS

Atualizado: 7 de mai.

https://hotmart.com/pt-br/marketplace/produtos/homiletica-a-arte-de-pregar-sermoes/L84575598CJudas (Jd 1) Judas, servo de Jesus Cristo, e irmão de Tiago, aos chamados, amados em Deus Pai, e guardados em Jesus Cristo: Introdução O autor se identifica como sendo Judas, servo de Jesus Cristo, e irmão de Tiago. Pelos menos seis pessoas são chamadas por este nome no Novo Testamento, mas o que mais se identifica é o Judas irmão de Tiago, chamado também de “Tiago irmão do Senhor” (Gl 1.19), o mesmo Tiago autor da Carta que leva seu nome. Portanto, o Judas aqui referido tratava-se de um meio irmão de Jesus. O fato de Judas não se identificar como irmão do Senhor Jesus, mas sim como servo, demonstra sua completa sujeição ao Senhorio de Cristo, como também destaca sua condição de humildade.



A carta de Judas é destinada aos amados em Deus Pai, e guardados em Jesus Cristo. Esta carta foi, sem dúvida, dirigida a uma igreja local específica, ou mais propriamente a um grupo específico; os que permaneciam fieis a Cristo apesar de todas as influências negativas evidenciadas naquela igreja. A epístola de Judas é a Escritura do Novo Testamento mais desconhecida dos cristãos modernos, o que é muito lamentável, pois a mais bela bênção a ser encontrada em toda a literatura se acha nesta pequena epístola: "Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos ante a sua glória imaculados e jubilosos, ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo, nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, e agora, e para todo o sempre. Amém" (Jd 24,25). As expressões “amados em Deus pai e guardados em Jesus Cristo” comportam um significado que vai além da simples força de expressão ou daquilo que elas aparentam possuir: a preposição “em” introduz uma significação mais profunda que serve como ponto de partida para a introdução de todo conteúdo da carta. A preposição “em” coloca a ação na mão de cada crente em vez de Deus: isso é: “aos que permanece no amor de Deus pai” e “se mantém guardados em Cristo”. (Jd 2) Misericórdia, paz e amor vos sejam multiplicados. Apesar de ser uma saudação aparentemente comum nas cartas dos apóstolos, a presente saudação de Judas (v2) chama a atenção dos seus leitores para a realidade que será revelada no transcorrer de sua breve premissa. A abundância de misericórdia, paz e amor seriam fundamentais para os manterem unidos e firmes no Senhor, como seria fundamental para que socorressem alguns, que dentre eles estavam sendo arrastados para perdição. (Jd 3) Amados, enquanto eu empregava toda a diligência para escrever vos acerca da salvação que nos é comum, senti a necessidade de vos escrever, exortando vos a pelejar pela fé que de uma vez para sempre foi entregue aos santos. A maneira como Judas inicia seu comentário revela um aspecto importante do seu propósito de escrever-lhes. “enquanto eu empregava toda a diligência para escrever-vos acerca da salvação que nos é comum, senti a necessidade de vos escrever, exortando-vos a pelejar pela fé que de uma vez para sempre foi entregue aos santos” Judas parece afirmar que pretendia escrever-lhes uma palavra de consolo, de conforto espiritual ou ainda uma palavra que lhes traria maior convicção quanto a sua salvação em Cristo Jesus, mas que depois de haver estado a par da verdadeira realidade que eles viviam naquele momento foi forçado a escrever-lhes uma palavra de exortação, de despertamento. O tema é “a defesa da fé que uma vês foi dada aos santos” (v 3b). (Jd 4) Porque se introduziram furtivamente certos homens, que já desde há muito estavam destinados para este juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de nosso Deus, e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo.



Judas inicia no (v 4) a exposição do problema principal que o levou a escrever aos seus leitores uma palavra de exortação em vez de consolo, “Porque se introduziram furtivamente certos homens”. Estes supostos crentes se destacaram na igreja local em relação aos demais, mas não de forma positiva, relacionando-se a maturidade cristã, ou a edificação espiritual dos mesmos, mas sim, negativamente. Tornaram-se mestres do engano (v 8) ou do disfarce. Eram tão peritos nisso que conseguiram formar um grupo de pessoas que não consideravam os principais fundamentos da fé evangélica. Como menciona Judas, àqueles supostos crentes eram homens ímpios, cujo alvo principal era dissolver a graça de Cristo, tornando-a nulo, e o próprio senhorio de Cristo. O termo “dissolução” sempre aparece na Bíblia relacionada às práticas sexuais ilícitas. Em algumas versões como a (NVI) e (Edição Pastoral) ela é traduzida por “libertinagem” na Bíblia de Jerusalém é traduzida por “licenciosidade”. A libertinagem aparece em Gálatas 5.19,20 como uma das obras da carne, ou da natureza humana caída. Em algumas versões ela é também traduzida por “lascívia” ou sensualidade. Esses homens ímpios que haviam se introduzido furtivamente no contexto daquela igreja era homens que estavam envolvidos com práticas sexuais ilícitas, e viviam como se tais práticas fossem normal, invalidando assim a graça de Cristo. O outro alvo daqueles supostos crentes era combater o senhorio de Cristo, rejeitando assim o próprio Jesus. O termo “soberano” aparece na (ARC) traduzido por “dominador” na Bíblia de Jerusalém é traduzido por “mestre”. A palavra é citada juntamente com o termo Senhor, “nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo, portanto não pode ser um sinônimo daquele. Ele tem paralelo com o termo “dominação” que aparece no versículo 8b. Dominação tem o sentido de “poder absoluto”, isso é, não simplesmente alguém que tem autoridade ou que foi revestido de autoridade por outrem superior ao assumir certa posição ou encargo, mas aquele que tem todo poder, e isso só pode ser uma referência ao domínio espiritual de Cristo, sobre tudo e todos, inclusive sobre as autoridades espirituais do mal. (Jd 5) Ora, quero lembrar vos, se bem que já de uma vez para sempre soubestes tudo isto, que, havendo o Senhor salvo um povo, tirando o da terra do Egito, destruiu depois os que não creram; Judas introduz aqui o tema referente ao o juízo de Deus sobre esses homens ímpios. Para reforçar sua palavra Judas se utiliza de alguns exemplos encontrados na Bíblia, para que sua palavra não se baseasse em teses ou suposições, mas na Soberana, Infalível e Eterna Palavra de Deus. O primeiro exemplo foi o dos incrédulos do tempo de Moisés que apesar de terem sido testemunhas de todas as maravilhas de Deus realizadas no Egito, não continuaram acreditando em sua providencia no deserto, na posse da terra da Promessa. A expressão “os que não creram” pode ser traduzida por “os que não continuaram acreditando”. Todos os homens incrédulos morreram no deserto, com exceção de Josué e Calebe. No deserto Deus aplicou o juízo sobre eles e foram todos consumidos. (Jd 6) aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, ele os tem reservado em prisões eternas na escuridão para o juízo do grande dia, O segundo exemplo citado por Judas foi o dos anjos que pecaram provavelmente nos tempos de Noé. Esta citação não consta nos livros canônicos, portanto são desconhecidos dos cristãos modernos. Elas foram extraídas segundo os estudiosos do livro apócrifo de Enoque. Pelo que parece este livro era bem conhecido dos contemporâneos de Judas. Ele não cita fonte, simplesmente faz menção do fato. Alguns identificam esse incidente, “a queda destes seres angelicais” com o relato citado em Gênesis 6.1 onde os filhos de Deus coabitaram com as filhas dos homens. Desta união mista surgiram os gigantes. No versículo 6 duas expressões chaves se destacam e merecem ser enfatizadas em nosso estudo “não guardaram o seu principado” e “deixaram a sua própria habitação”.



A primeira expressão é traduzida na NVI como “não conservaram suas posições de autoridade” e a segunda “abandonaram sua própria morada”. Na ARA é “não guardaram seu estado original” e “mas abandonaram seu próprio domicílio”. Bíblia de Jerusalém “Não conservaram sua primazia” e “Abandonaram sua morada” As versões ou traduções da Bíblia citadas acima usam termos diferentes para designar as expressões acima, principalmente a primeira. O sentido exato da primeira expressão seria “não guardaram sua posição original de autoridade” e a segunda realmente significa “morada, domicílio, casa”. O versículo 6 deve ser melhor interpretado a luz do versículo seguinte, “havendo-se prostituído como aqueles anjos, e ido após outra carne...” esta parte do versículo 7 parece sugerir que aqueles anjos aprisionados cometeram o pecado de prostituição. A expressão “ido após outra carne” indica que aqueles anjos procuravam um corpo para possuir e isso ocorreu antes do dilúvio. Quando os filhos de Deus tiveram relações com as filhas dos homens estavam sob influência destes espíritos o que resultou numa mutação genética grandiosa, surgindo assim a raça dos gigantes. (Jd 7) assim como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo se prostituído como aqueles anjos, e ido após outra carne, foram postas como exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno. O terceiro exemplo citado por Judas é o de Sodoma e Gomorra e cidades circunvizinhas. O pecado destas pessoas foi tão grave que o Senhor resolveu destruir a todos. O pecado que marcava a vida dos habitantes daquelas cidades eram a prostituição em suas múltiplas formas. O sodomismo é a prática sexual entre pessoas do mesmo sexo. Este pecado era praticado pelos habitantes de Sodoma, Gomorra e cidades circunvizinhas o que levou Deus a julgá-los com tamanho juízo. O termo sodomismo é derivado de Sodoma a principal cidade da destruição. Aqueles homens ímpios também estavam envolvidos com essas práticas. Por isso Judas fez questão de mencionar o pecado principal que levou Deus a destruir aquelas cidades. Deus não mudou, portanto o mesmo juízo Ele reserva para aqueles que praticam tais iniquidades. (Jd 8) Contudo, semelhantemente também estes falsos mestres, sonhando, contaminam a sua carne, rejeitam toda autoridade e blasfemam das dignidades. Judas afirma que aqueles supostos crentes, eram tão influentes que se tornaram líderes da comunidade, ou mestres. A semelhança dos anjos, estes falsos mestres contaminaram sua carne, e “rejeitavam toda a autoridade e blasfemava das dignidades”. A ARC trás aqui “e rejeitam a dominação, e vituperam as autoridades”. A Bíblia de Jerusalém traduz “desprezam a Autoridade e injuriam as Glórias ”ARA, “rejeitam governo e difamam autoridades superiores ”.NVI, “rejeitam as autoridades e difamam os seres celestiais ”Edição Pastoral, “desprezando o senhorio de Cristo e insultando seres gloriosos”. Os termos usados pelas versões para traduzir esta frase variam consideravelmente, contudo, podemos encontrar algum paralelismo entre elas. Dentre as versões Bíblicas a que mais se distancia do sentido exato da expressão é sem dúvida a NVI. O primeiro termo “dominação, autoridade” sempre é traduzido no singular e jamais no plural o que torna a NVI menos provável, pois usa a expressão “autoridades”. A melhor das traduções, por apresentar o melhor sentido é a Edição Pastoral, ela trás “desprezando o senhorio de Cristo e insultando seres gloriosos”. Aqueles supostos crentes tinham com missão primordial combater a autoridade de Jesus em sua Igreja. Portanto, rejeitavam tudo que emanasse Dele, sua graça (v 4), bem como as autoridades construídas por Ele, tanto as do mundo físico quanto as dos mundo espiritual. (Jd 9) Mas quando o arcanjo Miguel, discutindo com o Diabo, disputava a respeito do corpo de Moisés, não ousou pronunciar contra ele juízo de maldição, mas disse: O Senhor te repreenda. Aqueles falsos mestres blasfemavam de tudo inclusive da própria autoridade de Satanás, coisa que nem mesmo o Arcanjo Miguel “príncipe do Povo de Deus” teve a ousadia de fazer, antes recorreu à autoridade maior, aquele próprio que o havia constituído, isso é; Deus. Contudo, não estamos com isso dizendo que Deus constituiu Lúcifer como Tentador, mas como o próprio termo significa, “Anjo de luz”. Apesar de ter se rebelado contra Deus, Lúcifer não deixou de ser uma autoridade constituída por Deus, pois ainda continua sendo servo de Deus, estando sob sua autoridade. (Jd 10) Estes, porém, blasfemam de tudo o que não entendem e, naquilo que compreendem de modo natural, como os seres irracionais, mesmo nisso se corrompem. Quanto menor nossa dependência de Deus, maior será nossa dificuldade em entender as coisas de Deus. Esses mestres estavam totalmente alheios a vida de Deus, por isso eram ignorantes, sem conhecimento, e por isso blasfemavam de tudo. Eram tão insensíveis que nem mesmo as coisas naturais, ou as de alcance comum eram por eles compreendidas, por isso são chamados aqui de animais irracionais, ou bestas. Eram, na verdade, ainda piores que os animais irracionais pois os tais agem geralmente por instinto natural e por isso são previsíveis, aqueles no entanto, eram totalmente imprevisíveis na prática do mal. (Jd 11) Ai deles! porque foram pelo caminho de Caim, e por amor do lucro se atiraram ao erro de Balaão, e pereceram na rebelião de Core.



No versículo (11), Judas cita o nome de três dos principais pecadores ou ímpios da Bíblia, comparando aos falsos crentes que vem tratando. Caim cometeu o primeiro homicídio na Bíblia, levantou-se contra seu irmão e o matou. O que levou Caim a cometer tal prática foi a inveja e ódio que dominava seu coração (Gn 4.8). O caminho de Caim é o caminho dos invejosos, ignorantes, homicidas, etc. Balaão era adivinho. Um falso profeta que foi convocado por Balaque para amaldiçoar o povo de Israel (Nm 22). O prêmio de Balaão é o presente oferecido por Balaque para que Balaão amaldiçoasse o povo de Israel. Esse prêmio representa o mercenarismo nas igrejas que leva as pessoas a fazerem a obra de Deus por motivos egoístas. A terceira personagem ímpia citada por Judas foi Core. Core era um levita, trabalhava auxiliando os sacerdotes nos serviços da tenda, mas desejava ser o líder ou chefe do povo em lugar de Moisés e Arão. Este, associando-se a Datã e Abirão, levantaram um grande motim contra Moisés e Arão, desencadeando uma forte rebelião contra Deus e contra sua autoridade constituída. Em seu Juízo contra Coré, Datã, e Abirão, Deus fez com que a terra abrisse sua boca e os consumissem vivos. Quantos aos demais rebeldes Deus fez com que fogo do céu descesse e consumisse a todos (Nm 16.1ss) (Jd 12,13) Estes são os escolhidos em vossos ágapes, quando se banqueteiam convosco, pastores que se apascentam a si mesmos sem temor; são nuvens sem água, levadas pelos ventos; são árvores sem folhas nem fruto, duas vezes mortas, desarraigadas; ondas furiosas do mar, espumando as suas próprias torpezas, estrelas errantes, para as quais tem sido reservado para sempre o negrume das trevas. No versículo (12), Judas torna mais específica a designação daqueles supostos crentes. Ele inicia descrevendo-os apenas como “certos homens (v 4)”, depois como “estes falsos mestres”, e por último como “pastores que se apascentam a si mesmos”. Estes homens ímpios estavam sempre presentes nas festas de fraternidade, e o incrível é que a eles eram dadas sempre a primazia entre os irmãos. Judas usa várias figuras para ilustrar a condição repreensível daqueles homens. Ø Nuvens sem água, que o vento leva de um lado para o outro. Significa a instabilidade daqueles homens. Ø Árvores sem folhas nem fruto, duas vezes mortas, desraigadas. Significa a vida infrutífera e insensível deles. Ø Ondas furiosas do mar, espumando as suas próprias torpezas. As águas furiosas fazem sair de si as impurezas pelas espumas espessas, isso representa a impureza moral e espiritual daqueles homens. Ø Estrelas errantes, para os quais tem sido reservado para sempre o negrume das trevas. As estrelas errantes podem representar os anjos caídos acima mencionados, cuja condenação é irrevogável, mas pode literalmente referir-se aos corpos celestes “astros” dos céus cujo brilho é insignificante por estarem longe do alcance dos raios solares, ou ainda referir-se as pequenos corpos celestes que se desencadeiam de sua orbita e se precipitam na escuridão do abismo. (Jd 14,15) Para estes também profetizou Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que veio o Senhor com os seus milhares de santos, para executar juízo sobre todos e convencer a todos os ímpios de todas as obras de impiedade, que impiamente cometeram, e de todas as duras palavras que ímpios pecadores contra ele proferiram. Aqui mais uma vez Judas se utiliza de uma fonte apócrifa conhecida como o “livro de Enoque”. Sem dúvida, também era uma literatura de gênero apocalíptica, de muita circulação naqueles dias. O evento aqui mencionado é uma referência ao segundo advento de Cristo, designado pelo título de segunda fase da segunda vinda ou vinda gloriosa de Cristo que se dará no fim da grande Tribulação para exterminar os inimigos de Israel e implantar o Reino milenar. Os santos mencionados na profecia de Enoque é sem dúvida, a igreja, que antes foi arrebatada para estar com Cristo e agora aparece triunfante com Ele. Alguns, no entanto, prefere identificar esses santos como sendo anjos a serviço Senhor dos senhores e Rei dos reis, Jesus. Contudo, isso parece ser improvável pelo fato de este evento ser de Juízo, Condenação e Triunfo. Paulo diz que aos crentes um dia seria dado o privilégio de Julgar as nações e mesmos os anjos. Este é, sem dúvida, um dos textos na Bíblia que anuncia o triunfo de Cristo com sua igreja. (Jd 16) Estes são murmuradores, queixosos, andando segundo as suas concupiscências e a sua boca diz coisas muito arrogantes, adulando pessoas por causa do interesse. No versículo (16) Judas torna a mencionar as características negativas daqueles supostos mestre e acrescenta ainda que eram aduladores ou bajuladores para alimentar suas intenções egoístas. Viviam uma vida de aparente piedade mas negavam a eficácia dela. (Jd 17-19) Mas vós, amados, lembrai vos das palavras que foram preditas pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo; os quais vos diziam: Nos últimos tempos haverá escarnecedores, andando segundo as suas ímpias concupiscências. Estes são os que causam divisões; são sensuais, e não têm o Espírito. No versículo (17, 18) Judas recomenda seus leitores a recordar solenemente das palavras ou advertências dos outros apóstolos quanto à manifestação destes falsos doutores. Seriam homens escarnecedores que andariam segundo seus desejos pervertidos. Eram elementos estranhos no seio da igreja e responsáveis por destruir a unidade da igreja. 20. Mas vós, amados, edificando vos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo, conservai vos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna. Nos versículos 20 e 21, Judas apresenta a conduta que os verdadeiros servos de Deus deveriam adotar para não serem também alvos daquelas armas ardilosas. 1. Através do crescimento espiritual ou exercício da fé cristã. 2. Através da constante dependência do Espírito Santo ou entrega pessoal a ele. 3. Mantendo-se firme no amor de Deus. 4. Confiando inteiramente na misericórdia de Cristo e sua promessa de salvação. Estes dois últimos pontos trazem a memória o tema já anteriormente apresentado por Judas em sua saudação (v 2), que como já dissemos era uma preparação ao assunto que seria proposto. A defesa da fé e uma urgente missão de resgate. Isso só seria possível através das virtudes acima mencionadas. (Jd 22) E apiedai-vos de alguns que estão na dúvida, e salvai-os, arrebatando-os do fogo; e de outros tende misericórdia com temor, abominando até a túnica manchada pela carne. No versículo (22,23), Judas menciona o um dos propósitos que o levou a escrever aquela carta. Tratava-se de uma missão de resgate urgentíssima em prol de um pequeno grupo que pela influencia dos falsos pastores ou mestres estavam em cima do muro. Estavam confusos, duvidosos, e não sabiam mais como e por quem decidir. Esses, com certeza, não eram os homens ímpios que haviam se introduzido furtivamente entre eles (v 4), para Judas estes não são dignos de arrependimento pois sua condenação já havia sido sentenciada e aguardava apenas o momento propício para ser manifestada. Os que aqui são descritos como “duvidosos” eram os que não possuíam muito discernimento para aprovar ou reprovar a conduta e os ensinos daqueles falsos mestres e, portanto carecia urgentemente de orientação espiritual para terem condições de decidir pela verdade. Eles estavam correndo um grande risco, se não fossem socorridos a tempo entrariam na mesma condenação daqueles falsos mestres.


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A expressão “e de outros tende misericórdia com temor” refere-se sem dúvida aqueles que poderiam ser alvos dos ensinos daqueles falsos mestres em toda parte. Os leitores de Judas deveriam tanto resgatar os que se haviam desviados da fé como prevenir os que os que estavam de pé. A famosa frase “abominando até a túnica manchada pela carne”, refere- se à renúncia pessoal de cada crente em prol daquela causa que poderia custar o próprio sangue ou a própria vida ou ainda os maiores flagelos possíveis, a semelhança daqueles que haviam padecido grandemente por causa da obra de Deus, como o próprio Jesus, Tiago, Estevão, Paulo e muitos outros anônimos cujos nomes não foram registrados na Bíblia, mas que com certeza eram conhecidos dos leitores de Judas. (Jd 24,25) Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar vos ante a sua glória imaculados e jubilosos, ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, e agora, e para todo o sempre. Amém. Como já mencionamos no início, aqui podemos encontrar a mais bela de todas as bênçãos relacionadas na bíblia. Ela menciona o ato de Deus de preservar o crente da queda espiritual e a sua providência em nos conduzir ao seu futuro reino celestial.


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