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LIDERANÇA CRISTÃ - OS FUNDAMENTOS DA LIDERANÇA CRISTÃ

INTRODUÇÃO Liderar é dirigir uma equipe com esmero, é conduzir, guiar, persuadir, delegar, proteger; incentivar positivamente um grupo na obtenção de resultados comuns. A liderança cristã deve ser encarada pelo líder como uma missão designada por Deus, e não simplesmente como um ofício ou ocupação. Quando encaramos a liderança cristã apenas como uma obrigação, limitamos bastante nosso poder de alcance e de conquista. vários níveis de liderança cristã, portanto, devemos concluir que, líder cristão não é somente o titular do ofício pastoral (o pastor). Líderes de departamentos, senhoras, senhores, jovens, adolescentes, missões, evangelismo, crianças, escola dominical etc., também se qualificam como líderes potenciais. O âmbito de influência de um líder cristão pode ser abrangente, isso é, envolvendo todos ou vários grupos da igreja, ou ser mais restrito; um departamento; uma área, ou uma classe específica, isso vai depender do poder ou autoridade a ele delegados. Essa regra também se aplica aos líderes dos subdepartamentos da obra de Deus. Existem, também, diversas outras pessoas que agem como líderes, mesmo não assumindo qualquer posição de liderança. Estes demostram e refletem grande potencial para a liderança cristã. Em todos os níveis e em todos os casos, a liderança cristã é sempre uma tarefa árdua, que exige muito esmero, abnegação e amor. O fator “responsabilidade” e “obrigação” não serão suficientes para garantir o sucesso de nossa missão. A liderança cristã deve ser encarada como uma obra espiritual, e, portanto, exige recursos que vão além dos talentos naturais e aptidões humanos. Jesus disse: “não posso de mim mesmo fazer coisa alguma...” (João 5.30). Jesus Cristo é o nosso maior exemplo de liderança. Convergiu em si todas as qualificações necessárias e possíveis, por isso sempre será nosso modelo perfeito de excelência, eficiência e eficácia. Muitas outras personagens bíblicas, nos deixaram também o exemplo de uma liderança eficiente. Dentre os muitos se destacam José, Moisés, Josué, Débora, Jefté, Sanção, Davi, Jeremias, Isaías, Neemias, João Batista, Paulo e muitos outros. Alguns foram habilidosos em diversas áreas, outros sobrepujaram em qualidades específicas, de forma que juntos tem muito a nos ensinar sobre a tão nobre missão de liderar. José foi o mais flexível, Moisés o mais fiel, Josué o mais valente, Débora a mais determinada, Jefté o mais precipitado, Sanção o mais forte, Davi o a mais estrategista, Jeremias o mais sofredor, Isaías o mais inspirado, Neemias o mais meticuloso, João Batista o mais reservado, Paulo o mais rígido e desbravador. Trataremos mais detalhadamente no capítulo – VI, sobre os líderes da Bíblia que mais se destacaram e quais qualidades os marcaram mais. O líder cristão deve ser reconhecido não simplesmente como um representante de um grupo de pessoas, mas como um bom ministro de Cristo e um fiel despenseiro dos mistérios de Deus (1 Coríntios 4.1). Para isso é necessário que ele manifeste qualidades que o possam distinguir como tal. Como diz Paulo: "O Reino de Deus não consiste em palavras, mas em virtude" (1 Coríntios 5.20). O que define um líder cristão não são os seus talentos naturais, mas suas virtudes espirituais.

A arma mais poderosa do líder cristão é o evangelho de Cristo. E, nossa missão como líderes, tem como propósito primário formar Cristo em nossos liderados por meio do evangelho. Isso não acontece de uma vez, nem de uma vez por todos. O processo de formar Cristo nas pessoas leva tempo, e custa um preço que somente líderes verdadeiramente chamados e vocacionadas são capazes de ofertar constantemente. A liderança cristã é, na prática, um pouco de tudo. Liderar é vocação, prática, técnica, arte. É uma mistura de uma diversidade de fatores. A liderança cristã depende de vários fatores, mas acredito que cinco são fundamentais. Alguns destes fatores são obras diretas de Deus na vida do crente, como por exemplo a “vocação” e o “espírito abnegado”, outro, é resultado da prática cristã, como no caso do “comprometimento”, não somente com relação a equipe, mas, também, com relação aos valores cristãos. Por último vêm aqueles que podemos considerar habilidades desenvolvidas; uma boa “gestão de pessoas” e uma boa “gestão do tempo”. 1. CHAMADO OU VOCAÇÃO “Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus” (1 Pedro 4:10). “Atenta para o ministério que recebeste no Senhor, para que o cumpras” (Colossenses 4.17) O chamado divino é o fator mais importante na liderança cristã (Atos 9.15,16). Quando o chamado de Deus é evidenciado em nossas vidas, conseguimos enxergar além das limitações humanas, além da ótica natural das coisas (1 Coríntios 2.15). Começamos a comtemplar as coisas pela perspectiva divina e não somente pela ótica humana limitada. O líder deve sempre ter visão mais nítida, mais ampla e mais longínqua. Como sempre vemos nas palestras motivacionais, o líder deve ter visão de Águia. A Águia possuiu um poder de visão espetacular, consegue detectar sua presa a mais 5,000 metros de altitude. Esta capacidade nos é concedido pelo Espírito Santo que nos capacita para o cumprimento de nossa missão. O chamado divino nos fará enxergar mais longe, mas, também, nos fará compreender e aceitar a liderança como uma missão honrosa outorgada por Deus, que ao ser completada será bem recompensada (1 Co 15.58; Gl 6.9). 2. RENÚNCIA, ABNEGAÇÃO “São ministros de Cristo? (falo como fora de mim) eu ainda mais: em trabalhos, muito mais; em açoites, mais do que eles; em prisões, muito mais; em perigo de morte, muitas vezes. Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um. Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; Em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos; Em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejum muitas vezes, em frio e nudez. Além das coisas exteriores, me oprime cada dia o cuidado de todas as igrejas” (2 Coríntios 11:23-29). Abnegação é quando abrimos mão de nossos interesses para atender aos interesses alheios. Nesse caso os interesses de Deus e os interesses de nossos liderados. Jesus é o maior exemplo de abnegação, pois aceitou morrer pelos pecados da humanidade simplesmente por amor, sem esperar nada em troca (Fl 2.5-8). Este é o verdadeiro sentido da abnegação e o verdadeiro espírito da liderança. Este espírito abnegado é obra do Espírito Santo na vida daqueles que são chamados para a liderança cristã “...porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Romanos 5:5). 3. COMPROMETIMENTO Comprometimento é mais que simplesmente compromisso, é envolvimento pleno. O fator “compromisso” e “responsabilidade” não é capaz de definir todo o sucesso de nossa liderança, mas nosso grau de envolvimento, sim. 4. GESTÃO DE PESSOAS “Rogamos-vos, também, irmãos, que admoesteis os desordeiros, consoleis os de pouco ânimo, sustenteis os fracos, e sejais pacientes para com todos” (1 Tessalonicenses 5:14). “Ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria” (Romanos 12:8). Gestão ou “Administração Eclesiástica”, é uma área geralmente estudada à parte da “Liderança Cristã”. No entanto, é notável que um bom líder deve ser sempre um bom administrador. O cerne da liderança cristã são as pessoas; elas constituem a matéria prima do Reino de Cristo, e do líder, pois seu alvo são as pessoas. O líder cristão administra pessoas para alcançar pessoas. O líder cristão trabalha com a meta de Cristo. Todo o projeto divino gira em torno da pessoa humana, e a igreja trabalha com a mesma meta. O líder cristão, portanto, tem a missão de preparar pessoas com a intenção de alcançar outras pessoas. 5. GESTÃO DO TEMPO “Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios” (Salmos 90:12). Uma boa gestão do tempo sempre envolve um bom planejamento. Um bom planejamento é uma arma poderosa capaz de produzir grandes resultados. O líder deve preocupar-se com os resultados e para alcançar-lhes é necessário ter um bom planejamento: “Planejar é criar um plano para otimizar o alcance de um determinado objetivo. Esta palavra pode abranger muitas áreas diferentes. O planejamento consiste em uma importante tarefa de gestão e administração, que está relacionada com a preparação, organização e estruturação de um determinado objetivo. É essencial na tomada de decisões e execução dessas mesmas tarefas. Posteriormente, o planejamento também a confirmação se as decisões tomadas foram acertadas (feedback). Um indivíduo que utiliza o planejamento como uma ferramenta no seu trabalho demonstra um interesse em prever e organizar ações e processos que vão acontecer no futuro, aumentando a sua racionalidade e eficácia[2]. O planejamento é uma espécie de gestão do tempo. Nossa vida é formada por um mundo de prioridades, o que torna evidente nos aplicarmos a uma diversidade de atividades. Por outro lado, encontramos a problemática do tempo, que é bem curto e sobrecarregado, mas suficiente o bastante para trabalharmos nossas prioridades, e obtermos os melhores resultados. Para isso, no entanto, é necessário que tenhamos um bom planejamento. Acredito eu que o propósito de um planejamento é realizar mais, em menos tempo e com melhor qualidade e maior eficiência. Em outras palavras é proporcionar a realização de nossas prioridades, no momento certo e do jeito certo (Filipenses 4.8). Trataremos melhor sobre este tema no capítulo - V. [1] https://www.bibliaonline.com.br/acf[2] https://www.significados.com.br/planejamento/


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