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O CHORO PODE DURAR UMA NOITE, MAS A ALEGRIA VEM PELA MANHÃ

Atualizado: 19 de ago. de 2023


O tema de nosso breve estudo constitui um fragmento de um versículo bíblico que se encontra no Salmo 30. Esta expressão é muito recitada no meio cristão como uma forma de demostrar a providência divina diante das dificuldades. No entanto, essa expressão revela muito mais do que o simples cuidado de Deus diante da adversidade.

Ela revela igualmente o porquê de Deus permitir que a adversidade acometa os seus servos. A verdade bíblica é que ninguém nesse mundo está isento de passar por lutas e tribulações, nem mesmo os próprios servos de Deus. Pelo contrário Deus se utiliza da provação com o propósito de aperfeiçoar o nosso caráter.

A tribulação é o meio mais eficaz que Deus dispõe para produzir os resultados esperados na vida do crente (Rm 5.1-6). Por isso Deus não abre mão deste recurso, mesmo que ao fazer isso venha trazer um momentâneo sofrimento para aqueles que são acometidos por ela.

Deus espera que cresçamos com os sofrimentos, e aprendamos com eles lições que promoverá acima de tudo nossa intimidade com o Senhor, e nos fará igualmente entender os seus planos para as nossas vidas. A verdade é que quando somos provados, aprendemos e quando aprendemos crescemos. O crescimento é a meta final de Deus, por isso Deus não desiste de aplicar os meios necessários para alcançar essa meta.

A provação nos induzirá a reflexão, e a reflexão nos conduzirá a um caminho que permitirá uma compreensão mais nítida de todas as dimensões dos propósitos de Deus, altura, largura, profundidade.

Ao compor o salmo 30, o salmista propõe manifestar o mais perfeito cuidado e provisões de Deus diante da dificuldade e tribulação.

A expressão bíblica supracitada: “...o choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã” (Salmos 30:5), revela aspectos importantes que precisam ser ponderados por todos os servos de Deus. Observando as palavras do salmista no Salmo 30 concluímos que:

 

Deus exaltará os seus servos diante dos seus inimigos e não permitirá que triunfem sobre eles (v 1)

Esse princípio não se aplica somente aos crentes do Antigo Testamento. Deus estende este aspecto de seu cuidado também aos crentes da Nova Aliança, porque o senhor tem cuidado dos seus servos (1 Pe 5.7)

 

Deus atende a oração dos seus servos e os cura (v 2).

A cura divina não se aplica apenas às doenças somáticas ou anatômicas, Deus também cura as feridas da alma “emoções e sentimentos”, para que tenhamos saúde plena para servi-lhe e capacidade de resistir todas as tribulações da vida com determinação (3 Jo 1.2). Ser curado emocionalmente por Deus significa ser blindado nas emoções e sentimentos a ponto de não permitir que qualquer raiz de amargura brotando nos perturbe, seja ódio, rancor, ira, inveja ou qualquer outro sentimento pejorativo (Hb 12.15).

 

Deus conserva a vida dos seus servos (v 3)

Deus conserva o crente da morte enquanto o seu projeto para a vida dele perdura. Na vida estamos sujeitos a circunstâncias e situações diversas, e podemos ser acometidos por uma fatalidade. No entanto, quando Deus tem um projeto na vida de uma pessoa, Deus a conserva, seja de forma positiva ou negativa. O cuidado de Deus se entende igualmente a alma do crente. A Expressão: “conservaste-me a vida para que não descesse ao abismo” é uma referência ao cuidado que Deus proporciona a alma do crente fiel. Em Cristo a alma do crente está segura (Rm 8.1)

Deus permitiu que a vida de Estevão, o primeiro mártir fosse ceifada de forma precoce (At 8), contudo, conservou o apóstolo João, que segundo a tradição morreu de morte natural em idade avançada. As Escrituras nos ensinam também que Deus conserva a vida de alguém quando o seu plano é constituir um exemplo negativo dele, como no caso de faraó: Porque diz a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei; para em ti mostrar o meu poder, e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra” (Romanos 9:17)

 

O crente deve se alegrar por ser alvo dos cuidados e provisões de Deus (v 4,5)

Por causa de todo o cuidado e provisão de Deus para a sua vida, o salmista diz: “Cantai ao Senhor, vós que sois seus santos, e celebrai a memória da sua santidade” (Salmos 30:4). Não podemos retribuir ao Senhor todos os seus cuidados e provisões, e o Senhor mesmo não espera que o retribuamos. A única coisa que Deus espera de seus servos é a gratidão, e podemos manifestar essa gratidão “cantando ao Senhor e celebrando a memória da sua santidade”.

O salmista observa que, por mais que Deus se ire com os seus servos, e permite que as vezes eles passem pela adversidade, isso não perdurará para sempre, pois “O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã” (v 5).

Ao expressar-se nesses termos o salmista pretende enfatizar algumas verdades:

  • Deus pode submeter os seus servos a provação, e essa provação pode durar bastante, mas não será para sempre.

  • A tristeza pela provação pode roubar-nos o sono de uma noite ou de muitas noites, mas é certo que tudo passará.

  • Ou em caráter breve ou prolongado, é certo que o choro virá, contudo com a mesma certeza o crente tem com relação à provisão de Deus.

O salmista chama tudo isso de provisão de Deus (v 6) e reconhece que tem uma dívida impagável com o Senhor e por isso ele não pode jamais vacilar, isso é, não pode agir com ingratidão. Quantos atos nossos demonstram o quanto somos ingratos às vezes. Mas, o Senhor espera que manifestemos gratidão por toda a provisão e prosperidade que ele nos traz, o mínimo que podemos fazer diante de tudo isso é sermos gratos.

 

Deus concede estrutura ao crente para resistir a provação (v 7)

A expressão do salmista “Tu, Senhor, pelo teu favor fizeste forte a minha montanha” é uma referência a blindagem psicoafetiva que Deus nos concede contra os elementos invasores e perturbadores que acomete a vida do crente, seja influências externas ou internas. A intenção de Deus ao provar o crente é promover o seu amadurecimento, isso é promover seu poder de resistência, e tudo isso Deus faz por pura graça, isso é, por sua infinita misericórdia (Sm 119.67,71). O que chamou a atenção do salmista é o fato de que, apesar de Deus realizar todas essas obras, ele não reclama para si a autoria de nenhum destes feitos: “tu encobriste o teu rosto, e fiquei perturbado” (v 7b). Desta forma Deus exalta e prospera os seus servos, mas nunca reclama para si qualquer mérito. Deus não quer ser visto e honrado por seus inimigos, e sim pelos seus servos. Por isso apenas aquele que é alvo da honra e da prosperidade de Deus é capaz de ver todo o cuidado de Deus, e ele é o único que tem a responsabilidade de reconhecer que tudo o que é ou tem é fruto direto do favor e da misericórdia de Deus.

 

Deus transforma o caos em bênçãos (v 11,12)


“E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Romanos 8:28).

O senhor é perito em transformar o caos em bênçãos. Deus nunca perde o controle da situação, mesmo quando tudo parece estar acabado. O salmista diz: “Tornaste o meu pranto em folguedo; desataste o meu pano de saco, e me cingiste de alegria” (Salmos 30:11). Deus transformou o choro do salmista em motivos de festa, e retirou o seu manto de humilhação transformando-o em uma vestimenta de alegria. Deus faz tudo isso “...para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale” (v12a).

Deus se sente recompensado quando os seus servos retribuem a ele por meio de gestos semelhantes, por isso o salmista conclui: “Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre” (v 12b).

Que essa venha ser a nossa mesma atitude diante das muitas bênçãos e providências divinas a nós dispensadas.

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