INTRODUÇÃO
Ser ouvido por Deus quanto as nossas orações, é, realmente, um grande privilégio. Visto, ser Deus tão imensurável, e nós criaturas fracas e frágeis, repletas de defeitos. Quando analisamos está situação vem a nossa memória o que o salmista tinha em mente quando escreveu estas palavras: “Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que estabeleceste, que é o homem, para que te lembres dele? e o filho do homem, para que o visites? Contudo, pouco abaixo de Deus o fizeste; de glória e de honra o coroaste” Sl 8.3-6. Apesar desta mesma passagem, ser interpretada com referência a Cristo, pelo escritor de Hebreus, todavia, seu contexto nos permite saber que ela fala de nossa fragilidade como ser humano, e de quanto apesar de tudo, Deus nos concede grandes privilégios. Acredito eu, que o maior privilégio do homem criado a imagem de Deus é poder estar na presença de Deus. Não me refiro, com isso, o fato de Deus ser Onipresente, e estar em todos os lugares. Ou da promessa de Cristo de estar no meio do seu povo, quando se reunirem em seu nome (Mt 18.20). Falo do privilégio de estarmos na presença do Senhor, por meio da oração. A oração nos eleva à presença do Senhor, ou será que ela traz Deus para próximo de nós? A resposta não importa, o que importa, de fato, é que por meio da oração, nos achegamos a Deus. A oração é o diálogo com Deus. Orar é falar com Deus diretamente, sem limites de espaço, tempo ou qualquer outra coisa. No entanto, a qualidade do diálogo depende muito do que cada parte tem a oferecer. Deus sempre tem o melhor a nos oferecer, pois nos conhece melhor do que qualquer outra pessoa. Se há algum impedimento no diálogo com Deus, isso sem dúvida, está em nós. Deus se deixa ser acessível, associável, um bom interlocutor no momento da oração. E nós, como estamos nos comportando diante do Senhor no momento da oração? O Segredo da resposta de Deus às nossas orações, não depende do quão preparados estamos em palavras e argumentos, mas do quanto conscientes estamos de sua dependência, e do quanto vazios do “eu” estamos. Estar vazio do “eu”, é um correspondente para a famosa expressão de Cristo “bem-aventurado os pobres de espírito” (Mt 5.3). Favor, graça, amor, justiça, compaixão, misericórdia, benignidade, reflete um pouco do que há abundantemente em Deus. Portanto, estejamos prontos para nossa próxima sessão com o Pai dos espíritos, pois a eficácia de nossa oração diante do Senhor depende do quanto reconhecemos que somos frágeis, fracos e miseráveis, e do quanto dependeremos daquilo que há abundantemente nele. Vamos abordar o tema acima proposto, iniciando pelas pré-condições para sermos ouvido por Deus. 1. QUATRO PRÉ-CONDIÇÕES A. Estar em Cristo. “Se vós permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes, e vos será feito” (Jo 15.7). Estas palavras são palavras de Jesus quando ministrava aos seus discípulos. Estar em Cristo significa ser salvo, significa pertencer a ele por direito de redenção. Uma pessoa que não pertence a Cristo não tem o direito de estar na presença do Senhor com o propósito de comunhão, este é um privilégio dos salvos. Portanto, pertencer a Cristo é o primeiro pré-requisito (Jo 9.31). B. Pedir “Pedí, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede, recebe; e quem busca, acha; e ao que bate, abrir-se-lhe-á” (Mt 7.7,8). O segundo pré-requisito, e não menos importante é, pedir. A Bíblia diz que Deus pode dar, infinitamente mais do que pedimos ou pensamos (Ef 3.18). Apesar de Deus saber do que temos necessidade antes mesmo de pedirmos a ele (Mt 6.8), sua condição para nos dar é pedindo. Deus pode nos dar o que pedimos, ou ainda mais do que pedimos, mais em todos os casos, a precondição é pedir. C. Pedir no Nome de Jesus “Até agora nada pedistes em meu nome; pedi, e recebereis, para que o vosso gozo seja completo” (Jo 16.24). O nome de Jesus funciona para o crente como um código que nos dá acesso as bênçãos de Deus. Jesus incentivou seus discípulos a orarem em seu nome ao Pai. A Teologia da Oração nos ensina que toda forma de oração deve ser encerrada em nome de Jesus. O Pai é glorificado no Filho (Jo 14.13). D. Pedir o que de fato temos necessidade “Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites” (Tg 4.1-3). Pedir é essencial, mas devemos saber o que pedimos. Esta, sem dúvida, é uma das principais razões porque Deus nem sempre atende nossos pedidos. Precisamos convencer a Deus de que realmente temos necessidade daquilo que pedimos. Um pai amoroso, que quer o bem de seu filho, nem sempre fará todos os seus gostos. Deus, como um pai amoroso, ouve todos os nossos pedidos, mas não atende a todos. Deus opta entre aquilo que queremos, e aquilo que realmente temos necessidade. O que uma pessoa deseja, nem sempre é o que ela precisa. Por isso devemos priorizar sempre em nossa oração, aquela parte que diz “seja feita a tua vontade” (Mt 6.10). Jesus optou por fazer a vontade de Deus em detrimento de sua vontade (Lc 22.42). Sigamos o exemplo de Cristo. (Leia o artigo: A vontade de Deus na vida do crente) 2. ELEMENTOS QUE DEVEM ACOMPANHAR OU QUE DEVEM SER ASSOCIADAS A NOSSA PETIÇÃO A. Devemos pedir com fé “e tudo o que pedirdes na oração, crendo, recebereis” (Mt 21.22). “Por isso vos digo que tudo o que pedirdes em oração, crede que o recebereis, e tê-lo-eis (Mc 11.24). A fé e o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não veem (Hb 11.1). A fé nos dá a certeza de que o que estamos pedido será uma realidade. A fé nos leva a olharmos as coisas pela mesma perspectiva de Deus. A fé que possibilita o milagre de Deus em nossas vidas, não é fé na fé, e sim fé em Deus, como nosso provedor e Senhor. B. Devemos pedir com Perseverança “Pedí, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede, recebe; e quem busca, acha; e ao que bate, abrir-se-lhe-á” (Mt 7.7,8). “Contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre, e nunca desfalecer”. (Lc 18.1). As duas passagens acima falam da persistência, e da constância. Deus nem sempre responde de imediato nossas orações. Dependendo do que estamos pedindo ao Senhor, ele pode demorar menos ou mais tempo para nos responder. Deus nos prepara, antes de nos conceder o que estamos pedindo, dependendo do teor de cada causa. Deus mede o teor de cada causa, usando seus próprios padrões. Portanto, não nos cabe, em momento algum questionar a Deus sobre a demora, ou do estágio que estamos nesse processo. Nossa posição diante do processo desconhecido de Deus é sermos constantes. Confiando inteiramente no Senhor (Sl 37.4,5), creditando que nossa causa está em boas mãos. C. Devemos pedir com consciência pura “Amados, se o coração não nos condena, temos confiança para com Deus; e qualquer coisa que lhe pedirmos, dele a receberemos, porque guardamos os seus mandamentos, e fazemos o que é agradável à sua vista” (1 Jo 3.21,22). Este texto é uma referência a má consciência. Uma consciência pura é uma condição importante no momento da petição a Deus. O crente que se aproxima de Deus com uma consciência impura deve primeiramente confessar seus pecados, receber o perdão de Deus, e então poderá fazer seu pedido. A oração pode acontecer em graus e intensidade diferentes. Isso vai depender de nossa entrega pessoal no momento da oração. Contudo, uma má consciência pode ser um grande empecilho nesse momento, impedindo o crente de experimentar um estágio mais intenso na oração. D. Devemos pedir com objetividade “E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque pensam que pelo seu muito falar serão ouvidos” (Mt 6.7). A oração do “Pai nosso”, é um modelo de Oração eficaz. Ela resume em si os elementos fundamentais de uma oração que agrada a Deus. É curta, objetiva, e muito eficaz. Portanto, não são as muitas palavras, e a quantidade de tempo que nos detemos na presença de Deus, que irá determinar os resultados diante de Deus. Contudo, apesar da oração do Pai nosso ser um modelo de oração eficaz, não significa que o fato de recitarmos ela diante de Deus será o suficiente. O que determina a qualidade de nossa oração é nossa disposição de espírito. E. Devemos pedir conforme sua vontade
“E esta é a confiança que temos nele, que se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve. E, se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que já alcançamos as coisas que lhe temos pedido” (1 Jo 5.14,15). Mais uma vez, abordamos a questão da vontade de Deus. Conhecer a vontade de Deus em nossas vidas é um fator essencial, não somente para a oração, mas para a vida cristã de um modo geral. Assim como Cristo, nossa missão neste mundo deve ser, agradar a Deus, e cumprir nossa missão (Jo 4.34). E isso, começa, por aquilo que vamos pedir na oração.
3. O QUE PEDIR PRA DEUS? A oração é o recurso que temos para levar à presença de Deus todos as nossas ansiedades, problemas, dificuldades (Fl 4.6). No entanto, a Bíblia nos dá algumas dicas de algumas coisas que podemos pedir ao Senhor com a certeza de receber. A. A Bíblia nos exorta a pedir coisas boas ao Senhor “Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas dádivas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhas pedirem?” (Mt 7.9). Essas boas coisas, sem dúvida, falam daquelas coisas que realmente temos necessidade, e que estão em pleno acordo com a vontade de Deus para as nossas vidas. B. O Espírito Santo “Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?” (Lc 11.13). Acredito, eu que essa seja uma referência a plenitude do Espírito Santo (At 1.8), que é uma promessa de Deus para todos os salvos (At 7.52). Quando pedimos o Espírito Santo, ele nos concede, pois tem o prazer em cumprir sua promessa em nossas vidas. C. Sabedoria “Ora, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não censura, e ser-lhe-á dada” (Tg 1.5). A sabedoria mencionada aqui, é a sabedoria que vem do Senhor, que nos proporciona a capacidade de servirmos a Deus de forma eficiente, e eficaz. Deus nos dá liberalmente e não lança em rosto. CONCLUSÃO Aprendemos aqui que a oração é um privilégio de Deus para o crente. Vários são os benefícios que podemos alcançar por intermédio dela. Esse resultado será determinado pelo teor de nossa oração, e de nossa disposição de espirito, diante do Senhor. Cada aspecto mencionado nesse estudo, é importante, e deve ser levado em consideração. Se atendermos as exigências de Deus, podemos ter a certeza que ele atenderá todas as nossas petições.
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