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O SERMÃO DA MONTANHA - JESUS E A LEI

Atualizado: 4 de dez. de 2023

TEXTO BÍBLICO: MATEUS 5:17-48 Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim abrogar, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til jamais passará da lei, sem que tudo seja cumprido. Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus (Mateus 5:17-19)


INTRODUÇÃO Nessa cessão iremos estudar os versículos (17-19) do capítulo 5 de Mateus, onde Jesus trata da “lei e dos profetas”. A maneira como Jesus reinterpreta os mandamentos do decálogo “dez mandamentos”, e os aplica, lança luz sobre a verdadeira ética do Reino de Deus na terra. Jesus não veio destruir a lei e os profetas “Escrituras Veterotestamentárias”, mas cumprir (v 17), pois como diz Paulo; “E assim a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom (Rm 7.12). A lei vem de Deus, e Deus vela por sustentar sua Palavra. O que acontece é que o homem pecador não consegue alcançar a justiça que a lei exige, então ninguém conseguiu satisfazer plenamente todas as exigências da lei. Tiago diz: “Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos” (Tg 2.10). Se a lei não é cumprida plenamente, pela justiça da lei ninguém pode ser considerado justo, mas transgressor e maldito. Paulo escrevendo aos gálatas diz: “Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las” (Gl 3.10). Diante da lei, não existe meio termo, ou se é justo por cumprir toda lei, ou do contrário se é um pecador por não cumprir toda à sua justiça. Jesus e o cumprimento da lei “Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim abrogar, mas cumprir” (Mateus 5:17). O movimento religioso inaugurado por Jesus, foi interpretado como um substituto da lei, pelos religiosos, “Porque nós lhe ouvimos dizer que esse Jesus Nazareno há de destruir este lugar e mudar os costumes que Moisés nos deu” (At 6.9). Está concepção teve sua incidência já no início do ministério terreno de Jesus. Corrigindo este equivoco, Jesus afirma “Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir”. Jesus veio para fazer uma revolução, mas está revolução teria o testemunho da lei e dos profetas (Rm 3.21). O termo “Ab-rogar” é de natureza jurídica e significa “fazer cessar a existência ou a obrigatoriedade de (uma lei, em sua totalidade) ” [1]. Jesus explica que sua missão não é destruir, cancelar, anular a lei de Moisés, e as demais Escrituras do Antigo Testamento, mas cumprir. Jesus foi o único que cumpriu satisfatoriamente todos as exigências da lei. A “lei” nesse contexto é o decálogo “dez palavras”, dados por Deus a Moisés no monte Sinai, e ao mesmo tempo o “Pentateuco”. O decálogo compreendia às duas tábuas da Aliança de Deus com Israel. As escrituras das tábuas de pedra, foram escritas pelo próprio Deus. O pentateuco são os cinco primeiros livros do Antigo Testamento “torá ou lei de Moisés”. A relação do decálogo e a Nova Aliança O decálogo não foi dado ao povo de Israel como uma Escritura provisório, mas eterna. A essência dos mandamentos do decálogo traspassa culturas, nações, dispensações, tempo. É eterna em sua natureza, pois revela a essência moral de Deus. Deus não muda e nem sofre variações (Tg1.17), portando sua lei moral também não muda. Por isso Jesus disse “não vim ab-rogar, mas cumprir”. Jesus cumpriu plenamente todas as exigências morais da lei perfeita de Deus. Os princípios morais do decálogo ainda se aplicam a dispensação da graça; com exceção do quarto mandamento “guarda do sábado”, pelo fato de não ter sido ratificado na Nova Aliança. O quarto mandamento é o único dos dez que possuía natureza puramente ritual, por isso não foi ratificado na Nova Aliança, pois que o Cristianismo não é uma religião de ritos, mas de princípios morais.



Jesus resumiu o decálogo em dois mandamentos principais “amar a Deus sobre todas as coisas, e o próximo com a si mesmo” (Mt 22.37-40), e este princípio foi conservado e ensinado também pelos seus apóstolos (Rm 13.9). Jesus acrescenta “Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas” (V40). Essa afirmação de Jesus tem uma implicação teológica profunda. O decálogo “dez mandamentos”, é uma síntese da Torá, ou pentateuco “lei de Moisés”. Amar a Deus sobre todas coisas e o próximo como a si mesmo é um resumo de todo “Thanakh”, ou de todas as Escrituras do Antigo Testamento “lei e profetas”. Nenhuma parte da Escritura é insignificante Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til jamais passará da lei, sem que tudo seja cumprido (Mateus 5:18). Toda parte das Escrituras é relevante, até mesmo os pequenos traços, que parecem ser insignificantes e sem sentido, tem o seu valor na Palavra de Deus. No original "jota" é "yod", a menor letra do alfabeto hebraico. O "til" refere-se a uma pequena marca usada para distinguir uma letra de outra, como usamos o "til" em nossa língua, aquela "minhoquinha" que nos faz assinalar as vogais transformando "a" em "ã". A referência feita por Jesus poderia também ser explicada em nosso alfabeto pela pequena perninha que diferencia um "E" de um "F", ou seja, um segmento minúsculo da letra, mas que muda tudo[2]. Jesus afirma que que o céu e a terra não passarão sem que toda as Palavras das Escrituras sejam cumpridas. As Escrituras é a revelação de Deus a humanidade. É a sua vontade, e seus planos revelados. Os planos de Deus não podem ser frustrados, por esse motivo às Escrituras se cumprirão plenamente. A veracidade das Escrituras Jamais podem ser questionadas, e sua mensagem não pode jamais ser manipulada. “Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus (Mateus 5:19). A manipulação a que Jesus se refere aqui, não parece ser do tipo voluntária “consciente”, mas involuntária. Fala de uma aplicação bíblica negligentes, que não reflete o verdadeiro sentido da revelação bíblica, influenciada talvez pela tradição, ou pelo estilo próprio de um grupo religioso, mas que não compromete a fé. É uma questão de interpretação menos original, e não de uma distorção consciente, como fazem os falsos mestres. Para esses não existe um lugar no Reino de Deus, seja na condição de maior ou menor. CONCLUSÃO Interpretar e aplicar a revelação bíblica é uma responsabilidade enorme. Ponderemos nisso. Todo recurso para se obter uma boa exegese da Palavra de Deus deve ser explorado. Falo de estudo minucioso, pesquisa em fontes extra bíblicas que ajudam a elucidar o sentido original de textos bíblicos como, léxicos, comentários bíblicos, dicionários bíblicos, dicionários da língua portuguesa, gramatica bíblica e portuguesa, e múltiplas versões da Bíblia em Português. Um texto sem contexto, é um pretexto para o surgimento de heresias; tomemos cuidado. [1] Dicionário do Google [2] https://www.respondi.com.br/2013/06/a-biblia-tem-detalhes-insignificantes.html

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